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Caesb tem 90 dias para pagar R$ 300 mil por morte de terceirizado no DF

Justiça negou recurso da companhia e determinou, pela terceiriza vez, pagamento de multa por danos morais. Funcionário morreu em 2014 durante conserto de adutora.

Local do rompimento de adutora da Caesb na EPTG, em Brasília (Foto: Bianca Marinho/G1)
Local do rompimento de adutora da Caesb na EPTG, em Brasília (Foto: Bianca Marinho/G1)

Cerca de três anos após a morte de um terceirizado que consertava uma adutora rompida no Distrito Federal, a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) tem 90 dias para pagar R$ 300 mil à Justiça por danos morais coletivos, além de cumprir alterações no protocolo de serviço.

A decisão foi tomada pela segunda instância do Tribunal de Justiça do DF na última sexta-feira (13) após a Caesb recorrer da última sentença, no ano passado. Em 2015, na primera decisão, a Justiça chegou a pedir pensão mensal vitalícia à família da vítima. Agora, o descumprimento da medida acarreta em multa de R$ 10 mil por funcionário prejudicado.

Bombeiros resgatam homem ferido com gravidade em rompimento de adutora na EPTG, na manhã desta quinta (6) (Foto: Lucas Salomão/G1)
Bombeiros resgatam homem ferido com gravidade em rompimento de adutora na EPTG, na manhã desta quinta (6) (Foto: Lucas Salomão/G1)

Além dos danos morais o prazo de três meses foi acrescentado a pedido do Ministério Público do Trabalho, que questionou o limite anterior do “trânsito em julgado” – quando não cabe mais recurso ao processo.

Segundo o promotor Joaquim Nascimento, o cumprimento da decisão em um “futuro remoto” acaba por “tolher plenamente” as obrigações jurídicas e o impedimento de novos acidentes.

Entre as obrigações definidas pela Justiça, está a realização de procedimentos de segurança em todos os serviços de manutenção em adutoras e redes de abastecimento, a fiscalização dos contratos de terceirização, o respeito à jornada máxima de trabalho prevista em lei, além da adoção de medidas de proteção contra queda de funcionários de estruturas elevadas.

Relembre

Jatos de água após rompimento de adutora na EPTG, no DF (Foto: Reprodução/TV Globo)
Jatos de água após rompimento de adutora na EPTG, no DF (Foto: Reprodução/TV Globo)

O acidente ocorreu em fevereiro de 2016, quando uma equipe de funcionários fazia o conserto de uma adutora que havia se rompido no dia anterior em um viaduto sobre a EPTG que dá acesso ao Jóquei. O jato de água atingiu 15 metros de altura.

De acordo com a Justiça, o funcionário tinha ultrapassado 14 horas consecutivas de trabalho no momento da morte. Ele ficou preso em uma tubulação quando a adutora voltou a se romper e acabou ingerindo água.

Ele morreu com parada cardiopulmonar após os Bombeiros tentarem reanimá-lo por 15 minutos. Outras quatro pessoas também se machucaram e tiveram de ser internadas.

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