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Brasil e EUA têm relação “madura” no agronegócio, diz embaixador americano

O embaixador americano disse que o novo secretário de Agricultura do governo Joe Biden, Tom Vilsack, falou recentemente com a ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina

Todd Chapman, embaixador dos EUA no Brasil: relação madura entre os países no agronegócio (Embaixada dos EUA/Divulgação)

Dentre os debates sobre meio-ambiente, patentes e competição, o embaixador americano, Todd Chapman, disse que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é “madura” e que ambos os países podem avançar juntos na expansão do agronegócio, apesar de serem competidores em diversos mercados.

Chapman participou de um debate no fórum “Super Agro Brasil 2021”,  (veja a programação completa e os painéis acontecendo neste momento).

Em sua fala, o embaixador afirmou que Brasil e EUA são parceiros históricos no desenvolvimento de ciência e tecnologia na agricultura. Citou também a “revolução verde” do Brasil nas décadas de 1960 e 1970, que ampliou sobremaneira a produtividade da agricultura brasileira, e a colaboração dos EUA na formação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Nossas empresas americanas estão aqui, às vezes por mais de 100 anos, trabalhando com brasileiros em parcerias bastante fortes”, disse Chapman.

Sobre a preservação ambiental no Brasil e sua relação com o agro, um dos temas mais lembrados na política externa brasileira no momento, Chapman disse que o assunto será, sim, prioridade no governo Biden. “Vai ser um tema muito importante para nossa política externa na administração Biden, quanto a isso não há dúvida.”

O embaixador disse que o novo secretário de Agricultura americano do governo Joe Biden, Tom Vilsack, falou recentemente com a ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina, e que há grupos de trabalho entre Brasil e EUA funcionando com regularidade sobre temas relacionados ao agronegócio.

Chapman afirmou que entende que mais de 90% da soja brasileira não vem da Amazônia, por exemplo, mas que é importante importante que uma minoria que descumpre as regras no agro não leve todo o setor a ter a imagem prejudicada.

“Mas vamos falar claro: já está causando problemas”, disse, sobre as questões ambientais e a imagem do Brasil no exterior. “É muito importante que alguns não ganhem a reputação de todos.”

Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China, e o terceiro no setor agropecuário, atrás também do bloco da União Europeia. No ano passado, foram 21,4 bilhões de dólares em exportações brasileiras para os estadunidenses (11% de tudo o que o Brasil vendeu) e 27,9 bilhões em importações.

No ano passado, os EUA responderam por cerca de 7% das exportações do agronegócio brasileiro. Celulose, café verde e álcool etílico foram os produtos mais embarcados para o território norte-americano, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com base nas informações do Ministério da Economia.

“Às vezes cooperamos muito, às vezes competimos em terceiros mercados. Não tem problema nenhum”, disse. “O futuro da nossa relação na agricultura é brilhante, tem muito mais área para crescer.”

Um dos pontos abordados pelo embaixador foi o avanço do desenvolvimento de tecnologia no setor. “Qualquer pessoa pode exportar commodities, mas o segredo é como beneficiar esses produtos”, disse, afirmando que os EUA e Brasil são parceiros na importação e exportação de produtos com valor agregado. “Se só tem commodities no seu comércio, reflete que não tem uma evolução na relação”, disse.

Chapman também falou sobre as patentes no Brasil e nos EUA. O embaixador avalia que os dois países são líderes nesse tipo de pesquisa no agro, mas que precisam trabalhar juntos em órgãos internacionais para garantir defesa de patentes no setor.

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