Crise política domina a pauta do mercado financeiro; moeda americana fechou com sua maior queda em quatro meses
O principal índice da Bovespa fechou em alta de 6,6%, 50.913 pontos, nesta quinta-feira, maior ganho diário desde janeiro de 2009, com investidores avaliando que os recentes acontecimentos políticos aumentaram as chances de mudança no comando do país. O dólar também reagiu fortemente ao cenário econômico e político e fechou o dia cotado a 3,65 reais, com uma alta de 2,29%, a mais forte em quatro meses.
“A probabilidade de a presidente Dilma terminar o seu mandato é mínima”, escreveram analistas do corretora Guide Investimentos em relatório.
O volume financeiro na Bovespa desta quinta-feira foi forte, somando 12,8 bilhões de reais. Nos Estados Unidos, o iShares MSCI Brazil Capped ETF, fundo de índice composto de ações brasileiras, saltou quase 9%.
A divulgação na véspera de conversa telefônica entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agravou ainda mais a crise e gerou uma onda de protestos em várias cidades do país. Na conversa, Dilma diz que estava enviando um emissário para entregar ao ex-presidente o termo de posse no comando da Casa Civil da Presidência para ele usar “em caso de necessidade”.
“O mercado está apostando suas fichas em um cenário no qual o governo cairá, e rápido”, disse um operador. Entre agentes financeiros, o entendimento de modo geral é o de que mudanças nas perspectivas econômicas passam pela troca do atual governo.
As altas das ações de Banco do Brasil (14,37%), Petrobras (12,03%), Itaú Unibanco (10,92%), CSN (18,18%) e Vale (3,7%) ficaram entre as principais responsáveis pelo resultado do principal índice da Bovespa nesta quinta-feira.