Subprocurador entra no lugar da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, cujo mandato termina no dia 17
O presidente Jair Bolsonaro escolheu, nesta quinta-feira (5), o atual subprocurador-geral da República do Brasil, Augusto Aras, para suceder Raquel Dodge no cargo. A informação foi confirmada pela jornalista da Jovem Pan Vera Magalhães e publicada em edição extra no Diário Oficial da União (DOU).
“Acabei de indicar Augusto Aras para chefiar o MPF”, afirmou Bolsonaro, na inauguração do Observatório da Agropecuária Brasileira.
Aras e Bolsonaro tiveram cerca de sete encontros nos últimos meses. O subprocurador era um dos nomes mais cotados no início do processo de escolha, mas seu nome ficou em dúvida após ser divulgado que ele teria defendido o Movimento Sem-Terra (MST) em um discurso na Câmara dos Deputados em 2008 e que promoveu jantares com a presença de políticos do PT.
Aras é advogado e professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Ele foi apresentado pelo ex-deputado Alberto Fraga, do DEM, um dos políticos mais próximos de Bolsonaro e fundador da chamada “bancada da bala” na Câmara dos Deputados.
O subprocurador, que estava fora da lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), se apresentou como um crítico do “corporativismo” dentro do Ministério Público Federal (MPF).
Aras é visto como conservador e o mais alinhado ideologicamente com Bolsonaro dentre os candidatos ao cargo. Ele também se coloca como favorável à agenda de reformas do governo, tem o apoio dos filhos do presidente e de um dos ministros mais prestigiados pelo presidente, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura.
Ele foi considerado importante para destravar a concessão da Ferrovia Norte-Sul. Bolsonaro tem repetido que Tarcísio faz parte do “centrão” do governo, ao lado dos ministros da Justiça, Sergio Moro, e da Economia, Paulo Guedes.
Mais cedo, Bolsonaro disse que “qualquer que fosse o indicado, iria apanhar”. Aras entra no lugar da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, cujo mandato termina no dia 17. O presidente havia dito ser importante “que o novo procurador-geral tenha perfeita consciência que é poder com superpoderes, mas que, acima de tudo, tem de estar preocupado com desenvolvimento do Brasil”.