Para Campos Neto, Brasil deve reforçar sua credibilidade fiscal num momento em que incertezas estão prejudicando os investimentos no país
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou nesta segunda-feira que a contração da economia neste ano deverá ser menor que a recentemente indicada pela autoridade monetária, mas repetiu que o Brasil deve reforçar sua credibilidade fiscal num momento em que incertezas estão prejudicando os investimentos no país.
Em participação online na Milken Institute Global Conference, ele estimou que haverá recuo de cerca de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB). No fim de setembro, o BC havia projetado queda de 5% da economia em 2020 em seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Mais cedo nesta manhã, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também falou de números melhores para a atividade, prevendo queda de 4% do PIB neste ano, ante perspectiva oficial do Ministério da Economia de -4,7%.
Campos Neto ressaltou que o país gastou bem mais no enfrentamento à crise do coronavírus que outros mercados emergentes, mas que a retomada também está sendo mais forte.
Por outro lado, ele corroborou em mais de um momento a necessidade de o Brasil fortalecer sua credibilidade fiscal para atrair investimentos e achatar a curva de juros, hoje inclinada pelas incertezas em relação à sustentabilidade das contas públicas.