19.5 C
Brasília
HomeBrasíliaAuditores fiscais do DF fazem paralisação por reajuste salarial

Auditores fiscais do DF fazem paralisação por reajuste salarial

Mobilização de servidores provoca filas no desembarque do Aeroporto JK. Grupo também ocupou sede da Receita; categoria quer reajuste de 21,3%.

Auditores fiscais ocupam sede da Receita Federal em Brasília (Foto: Sindifisco/Divulgação)
Auditores fiscais ocupam sede da Receita Federal em Brasília (Foto: Sindifisco/Divulgação)

Auditores fiscais do Distrito Federal iniciaram uma paralisação nesta quinta-feira (14) em protesto contra o não envio pelo governo de um projeto de lei ao Congresso para reajustar os salários da categoria em 21,3%. O salário inicial de um auditor é de R$ 15.743. Os servidores fizeram ato no Aeroporto de Brasília e também ocuparam dois andares da sede da Receita Federal, em Brasília.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) no DF, Waltoedson de Arruda, a paralisação afeta o trabalho dos cerca de 980 auditores que trabalham em Brasília. A mobilização dos auditores ocorre também em outras regiões do país.

Em Brasília, um dos serviços afetados é a fiscalização de cargas no Aeroporto JK. A paralisação provocou atraso na entrega de malas, gerando filas no desembarque do terminal. No DF, os auditores trabalham em delegacias de fiscalização, no aeroporto, em coordenações e no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

De acordo com Arruda, 120 auditores com cargo de chefia em coordenações e subsecretarias entregaram o posto nesta quarta. Ele também afirmou que dez superintendentes assinaram um documento em que colocam o cargo à disposição.

Filas na chegada de voo vindo de Miami, nos EUA; Sindfisco diz que atraso para recolher malas é causado pela paralisação (Foto: Sindifisco/Divulgação)

Sem acordo
Na última quarta-feira (6), uma comitiva do sindicato não chegou a um acordo com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão para destravar o projeto que prevê aumento para a categoria no Congresso. Segundo o Sindifisco, o ministro alegou “dificuldades técnicas e jurídicas” para tratar do caso.

Em nota, o presidente do sindicato, Cláudio Damasceno, disse que a medida provisória 739/16, editada na semana passada e que dá bônus especial por desempenho para os médicos peritos do INSS em benefícios por incapacidade, “escancara o desprestígio da Receita Federal”.

Para que o reajuste à categoria valesse ainda neste ano, o Palácio do Planalto precisaria remeter e votar o projeto antes do recesso parlamentar – previsto para começar nesta sexta-feira – ou recorrer a outra medida provisória para fazer o acordo fechado em março valer a partir de agosto.

Ministério da Fazenda
Pela manhã, os servidores ocuparam o hall de entrada do gabinete do ministro Henrique Meirelles, a quem são subordinados, para pedir uma audiência com o chefe da equipe econômica. O Ministério da Fazenda não se manifestou sobre o assunto.

Segundo o diretor de Comunicação Social do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), Pedro de La Rue, a categoria pede audiência com o ministro Meirelles porque, o acordo assinado em março com o governo prevê um reajuste salarial de 5,5% neste ano, de 5% no ano que vem, de 4,75% em 2018 e de 4% em 2019, que não está sendo levado adiante – o que ocorreria por meio de medida provisória.

“Depois de quase quatro meses de atraso, não há nenhuma justificativa plausível para isso. Viemos saber do ministro informações seguras de porque que o nosso acordo está sendo descumprido (…) Nós esperamos ser recebidos pelo ministro da Fazenda. Evidentemente, é uma manifestação pacífica, uma manifestação de autoridades fiscais. Não vai haver bagunça e nem arruaça, com certeza”, declarou ao G1.

Questionado se um aumento de 19,25% em quatro anos não seria elevado em um momento de ajuste fiscal, com as contas públicas registrando sucessivos rombos, Pedro de La Rue declarou que é preciso considerar o que a carreira representa para o governo federal.

“Estamos falando aí de uma carreira que vai ganhar muito menos do que o teto dos servidores públicos, o ministro do STF, que está para ser aprovado em torno de R$ 39 mil. São prosifissionais altamente qualificados que têm de fiscalizar empresas e fazer autos [de infração, com multas] de bilhões de reais. Para se ter uma ideia, 26 estados pagam mais do que o governo federal paga ao auditor da Receita Federal [em carreira semelhante]”, disse.

 
Veja Também