Segundo pesquisa divulgada nesta quinta feira pela CNI, o índice de evolução da produção ficou em 58,3 pontos, menor 0,8 ponto que verificado em setembro
A atividade industrial segue em alta, com crescimento das contratações no setor. Segundo pesquisa Sondagem Industrial divulgada nesta quinta-feira, 19, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em outubro, o índice de evolução da produção ficou em 58,3 pontos. O indicador é 0,8 ponto menor que verificado em setembro, mas a CNI destaca que o crescimento da produção em outubro foi intenso e disseminado pela indústria, com o índice distante da linha de 50 pontos.
O índice de evolução do número de empregados ficou em 54,9 pontos, também acima dos 50 pontos, o que retrata crescimento do emprego na indústria em outubro. Em setembro, esse indicador foi de 55,3 pontos. Os índices de evolução retratam o movimento no mês em relação ao mês anterior. O indicador varia de zero a 100 pontos e valores acima de 50 pontos indicam crescimento da produção ou do número de empregados.
Com relação à Utilização da Capacidade Instalada (UCI), ele ficou em 74% em outubro, uma alta de dois pontos porcentuais em relação ao mês anterior. “Os índices relativos à utilização da capacidade instalada, que já eram elevados em setembro, registraram novas altas em outubro e reforçam a conclusão que a indústria está operando em um nível de atividade aquecido”, destaca a Sondagem. Essa foi a sexta alta consecutiva da UCI.
O índice de UCI efetiva em relação ao usual também teve alta pelo sexto mês seguido. Em relação a setembro, a alta foi de 0,7 ponto, chegando a 51,1 pontos. De acordo com a CNI, o índice é o segundo maior da série, menor apenas que os 53,8 pontos registrados em março de 2010.
Estoques em queda
Mesmo com as seguidas altas na produção, a Sondagem mostra que os estoques estão em queda e abaixo do nível planejado em outubro, o que, reflete, segundo a CNI, crescimento das vendas acima da produção. “Os estoques baixos sinalizam uma necessidade de continuar um nível de produção mais forte”, destaca o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Em outubro, o índice que mede a evolução do nível de estoques ficou em 45,5 pontos, abaixo dos 50 pontos, o que indica redução dos estoques de produtos finais no mês. O índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado manteve-se praticamente estável, recuando de 43,4 pontos em setembro para 43,3 pontos em outubro, ou seja, abaixo do desejado.
Expectativas
As expectativas dos empresários da indústria tiveram queda pelo segundo mês consecutivo, mas continuam positivas. “Possivelmente trata-se de uma acomodação após a rápida recuperação dos efeitos da pandemia. Mesmo assim, os índices permanecem em patamares elevados, acima não só da linha divisória de 50 pontos como de suas respectivas médias históricas”, destaca a CNI. Isso quer dizer que os empresários continuam bastante otimistas em relação aos próximos seis meses.
Todos os índices de expectativa recuaram em novembro, segundo a Sondagem. O índice de expectativa para a demanda caiu 1,8 ponto, para 59,8 pontos. O índice de expectativa de compras de matérias-primas caiu 2,0 pontos, para 58 pontos no mês. O indicador de expectativa de número de empregados teve queda de 0 9 ponto, chegando a 53,5 pontos. O índice de expectativa de exportação também caiu 0,9 ponto, ficando em 53,9 pontos.
Apesar da queda nas expectativas, a propensão a investir do empresário cresceu mais uma vez. Com alta pelo sétimo mês consecutivo, o índice de intenção de investir alcançou 59,3 pontos em novembro, crescimento de 2,1 pontos em relação a outubro. Na comparação com abril, o índice acumula alta de 22,6 pontos, alcançando níveis registrados antes da pandemia da covid-19.
Por setor
A Sondagem mostra ainda que os índices de evolução da produção e do número de empregados foram superiores a 50 pontos para todos os setores considerados. Os índices de UCI efetiva em relação ao usual mostram que metade dos setores (14 de 27) teve atividade industrial acima do normal para meses de outubro. Os setores com maiores índices foram produtos de material plástico, metalurgia, bebidas e produtos de madeira.
As expectativas de demanda também seguem otimistas em todos os setores analisados em novembro. Os setores mais otimistas são os de bebidas, produtos de madeira, couros e artefatos e veículos automotores.
A Sondagem foi feita entre os dias 3 e 12 de novembro, com 1.870 empresas.