Artistas como Phill e Bruno Strikys acreditam que os coletivos ajudam a dar visibilidade ao trabalho
A visibilidade é um desafio no primeiro momento para quem tenta se lançar no mercado e é nesse momento que a união faz a força. São muitos os artistas da capital que se aliam em coletivos a fim de ganhar visibilidade, espaço e qualidade nas produções.
Um dos artistas que aposta no talento brasiliense é o músico Phillipe Maia Souto Maior, que escolheu Phill como seu nome artístico. Ele afirma que o cenário artístico brasiliense cresceu muito nos últimos anos. “O cenário musical, por exemplo, está completamente tomado por um coletivo enorme de bandas que se ajudam, como os meus amigos da Dona Cislene, Lupa, Scalene, Sinco e o Sérgio Dallorto”, exemplifica.
Phill relembra que, no início da carreira, ele também foi ajudado pelas parcerias: “Meu parceiro Rafael Dourado Morbeck, que abraçou minha loucura desde o inicio, produziu todo meu material de vídeo, investiu na minha carreira e me apresentou muita gente aqui na cidade”. O projeto atual do artista é o Capitão Phake & Os Piratas de Jardim, que engloba outros projetos e produtos. Entre as parcerias que o projeto rendeu está a estabelecida com os grafiteiros Toys e Omik. “Eles grafitaram a minha Kombi, o Phakemóvel, e depois fizemos uma lancha grafitada, a primeira do Brasil, com o apoio da própria fabricante de Sprays, a Colorgin”, recorda feliz com o sucesso da parceria.
Outro nome que aposta no talento brasiliense que pulsa fora do Plano Piloto é o rapper Bruno Strikys. Trabalha durante o dia como bancário, mas não são incomuns os eventos produzidos por ele próprio, o Strikys convoca — um evento em que ele abre espaço para que outros artistas da cidade se apresentem. “Eu trouxe essa ideia do rock’n’roll, quando eu tinha uma banda de rock, normalmente os artistas faziam os próprios shows e convidavam outros”, revela e ainda complementa: “A ideia é simples, juntar todo mundo e fazer rap. Misturando pessoas que tem um público maior com as que não tem. Dessa forma, juntamos quem tem visibilidade com quem não tem, o que acaba promovendo os artistas”, defende.
Um ponto que Phill destaca, pela própria experiência, é a necessidade de perseguir oportunidades. Na hora de achar espaço para se apresentar, ele dá a dica: “Uma coisa que eu aprendi muito cedo é “quem não chora, não mama”. “Correr atrás e fazer os outros sonharem com você”. Mas para quem busca esse espaço, ainda tem mais uma iniciativa que garante um espaço itinerante para os artistas mostrarem seu som: o Kombiando.
Palco móvel
Como o nome do projeto dá a entender, a ideia é uma kombi, mas diferente. O veículo se transforma em um palco móvel, com toda a infraestrutura necessária para dar apoio aos artistas que sobem na kombi. “O Kombiando foi surgindo aos poucos. Percebemos essa necessidade depois que tantas casas de shows fecharam na época do surgimento. Então, a gente pegou uma Kombi e resolveu montar esse palco itinerante”, conta, com orgulho, Angélica Rodrigues, que criou o projeto com o marido, Marssal Leones.
Atualmente, cerca de um ano e meio após a criação do projeto, a dupla comemora: “Já passou muita gente bacana, muitas bandas autorais, covers, rappers, DJs. Tem espaço para todo mundo. Depois de um ano e meio, não tenho mais nem noção de quantas pessoas já passaram por ali”. Mas a ajuda não para por aí, na hora de serem contratados, Angélica sempre busca promover o trabalho de artistas que passaram por seu palco. “Costumo pegar material com as bandas que tocam aqui e sempre ofereço para nossos clientes conhecerem. Acaba que algumas bandas conseguem ganhar espaço nessa troca”, finaliza.