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Após denúncias de nepotismo, GDF diz monitorar relação entre servidores

O Globo apontou que 75 funcionários têm parentes na administração. Combater nepotismo é prioridade do governo, diz secretário da Casa Civil.

 

Fachada do Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal (Foto: Lucas Nanini/G1)
Fachada do Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal (Foto: Lucas Nanini/G1)

 

O governo do Distrito Federal informou nesta terça-feira (29) que avalia casos de nepotismo dentro da administração pública. De acordo com o jornal O Globo, existem 75 funcionários com algum tipo de parentesco com outros servidores. O secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, diz que metade desse número não configura nepotismo e que os outros casos estão em apuração.

Em outubro do ano passado, a Controladoria-Geral do DF entregou um relatório sobre o caso para a Casa Civil. A lista trouxe pelo menos 366 possíveis casos de comissionados com parentes no GDF. Com base no levantamento, 66 servidores foram exonerados em 2015 e seis neste ano, por decreto do governador Rodrigo Rollemberg.

Pela denúncia do jornal O Globo, parte desse grupo voltou a trabalhar na administração pública, mesmo depois das exonerações. O secretário confirmou que “quatro ou seis” funcionários voltaram a trabalhar para o GDF e atribuiu o fato a “dificuldades” no sistema de controle interno do governo.

“O governo deve ter bons instrumentos de gestão. O ideal é que tivéssemos à disposição os melhores recursos. Reconheço que infelizmente não temos um sistema que faça o cruzamento [de dados envolvendo parentes no governo] automaticamente”, disse Sampaio.

Segundo o secretário, o GDF tem interesse em pôr fim à situação. “É uma preocupação nossa. Se existe qualquer lista é porque o próprio governo pediu apuração”, afirmou. Ele declarou que vários casos apontados pela Controladoria-Geral não foram enquadrados como nepotismo e que o órgão deve divulgar uma nova lista no começo de abril.

Chefe da Casa Civil do GDF, Sérgio Sampaio, em entrevista no Palácio do Buriti (Foto: Mateus Rodrigues/G1)
Chefe da Casa Civil do GDF, Sérgio Sampaio, em entrevista no Palácio do Buriti (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Suspeitas de nepotismo
Entre os casos apontados pelo jornal O Globo, está o de Mateus Maia de Castro, filho do diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba. Castro foi admitido na Secretaria de Trabalho em fevereiro de 2015. O jornal questionou o governo em 8 de março e foi informado que o filho de Seba tinha pedido exoneração um dia antes. Ele deixou o governo de fato em 15 de março.

Eric Seba afirmou que não teve influência na contratação do filho, que ocupou um cargo de na área de informática – com salário de R$ 2 mil. Ele declarou ter procurado orientação para ver se o filho poderia ou não assumir o posto. “Pelo sim, pelo não, optamos por orientá-lo a fim de que pedisse demissão do cargo.”

O jornal também aponta o caso de Luana Barroso Lins, filha do corregedor da Polícia Civil, Emilson Pereira Lins. Ela assumiu a assessoria da Secretaria de Justiça, com salário de R$ 2,9 mil. A corporação informou não ver nepotismo no caso.

Outra situação é o de Karina Rosso, mulher do deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF). Ela trabalha na subsecretaria da Micro e Pequena Empresa, com salário de R$ 9,5 mil. O político contratou como chefe de gabinete Napoleão Miranda, pai do secretário de Economia, Arthur Bernardes (chefe de Karina). Ambos são do mesmo partido. Bernardes negou usar influência.

O senador Hélio José (PMDB-DF) tem um irmão na Secretaria de Economia. Itamar da Silva Lima ganha salário de R$ 9,5 mil. O deputado afirmou não ter influenciado a contratação do parente.

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