Para a agência, a recente liberação da fosfoetanolamina na Câmara dos Deputados pode abrir um precedente perigoso no país. Não há estudos sobre o composto
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) declarou nesta quinta-feira (10) que tentará barrar o aval à autorização da produção e uso da fosfoetanolamina sintética, chamada de “pílula do câncer”, sem o amparo de pesquisas. O projeto de lei, que agora vai ao Senado, prevê que a pílula possa ser usada por paciente com câncer desde que o laudo médico comprove o diagnóstico e o paciente assuma a responsabilidade.
Para Jarbas Barbosa, presidente da Anvisa, caso o projeto de lei aprovado terça-feira (08) pela Câmara dos Deputados vá adiante, serão colocados em risco a população, o sistema de regulação sanitária e a reputação da indústria farmacêutica no país.
“É um precedente perigoso. A autorização do uso de remédios tem de ser precedida por pesquisa para comprovar sua eficácia e segurança. Não podemos encurtar caminho apenas recorrendo ao lobby no Congresso”, disse Barbosa.
“Não sabemos se funciona, se é tóxico, se interfere no tratamento convencional. A bula deste remédio seria um papel em branco” disse Auro del Giglio, chefe da Oncologia Clínica do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer.