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Ameaças de morte estremecem campanha eleitoral nas regiões de Madri

A ministra espanhola do Turismo recebeu uma carta que continha “uma lâmina ensanguentada”, dias depois que vários envelopes com ameaças de morte e balas foram enviados para várias figuras de destaque da esquerda, afirmou nesta segunda-feira (26) uma líder socialista, Adriana Lastra

(crédito: Gabriel Bouys/AFP )

Cartas ameaçadoras com balas e lâmina sacudiram a campanha para as eleições regionais de 4 de maio em Madri, onde a esquerda, que aparece atrás nas pesquisas, colocou a batalha contra a extrema direita no centro da disputa eleitoral.

A ministra espanhola do Turismo recebeu uma carta que continha “uma lâmina ensanguentada”, dias depois que vários envelopes com ameaças de morte e balas foram enviados para várias figuras de destaque da esquerda, afirmou nesta segunda-feira (26) uma líder socialista, Adriana Lastra.

O presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, reagiu rapidamente: “Basta! Não vamos permitir. Não vamos deixar o ódio dominar a convivência na Espanha”, escreveu no Twitter.

“Ameaças e violência nunca silenciarão a voz da democracia. A liberdade prevalecerá”, afirmou Reyes Maroto, que disputa pela lista dos socialistas nas eleições de Madri.

A polícia está tentando determinar se as manchas vermelhas visíveis na lâmina da navalha, de acordo com as imagens veiculadas pela mídia local, são realmente sangue.

No final da semana passada, o líder da esquerda radical Podemos, Pablo Iglesias, o ministro do Interior e o chefe da Guarda Civil receberam cartas com ameaças de morte, que continham balas de um fuzil usado pelo exército espanhol entre os anos sessenta e oitenta.

“Sua esposa, seus pais e você estão condenados à pena de morte, seu tempo está se esgotando”, diz a carta dirigida a Iglesias, que deixou o governo da Espanha, onde ocupava uma das vice-presidências, para disputar as eleições de Madri.

Debates cancelados

Num contexto de forte polarização política na Espanha, as ameaças de morte viraram a campanha de pernas para o ar com implicações nacionais.

Na sexta-feira, Iglesias, que denunciou “a impunidade e o encobrimento midiático da extrema direita”, deixou um debate no rádio quando o candidato do partido de extrema direita Vox, Rocío Monasterio, questionou a veracidade das ameaças.

A recusa dos candidatos de esquerda em debater com Vox levou ao cancelamento daquele debate e de outro agendado para 29 de abril em emissora pública.

No domingo, Pedro Sánchez lançou um forte discurso contra Vox, buscando mobilizar o eleitorado de esquerda, alertando para a “ameaça” que em sua opinião representa a extrema direita.

“Não se trata de Madri, trata-se da nossa democracia”, ressaltou Sánchez, marcando a mudança no discurso da campanha.

De acordo com as últimas pesquisas, os partidos de esquerda – os socialistas de Sánchez, Podemos e Más Madrid, uma divisão da esquerda radical – têm dificuldade em fazer com que a maioria dos deputados no Parlamento regional de Madri derrube a direita, que dirige a região há 25 anos.

Terceira força política a nível nacional desde o seu surgimento nas legislaturas de 2019, Vox apoia em Madri o governo da conservadora Isabel Díaz Ayuso, favorita para prevalecer nestas eleições antecipadas convocadas depois de ter quebrado a sua aliança com os liberais do centro do partido Ciudadanos.

“Quantas ameaças mais são necessárias para (Díaz) Ayuso deixar de endossar a política de ódio da extrema-direita?”, afirmou no Twitter a candidata do Más Madrid, Mónica García, enquanto o candidato socialista, Ángel Gabilondo, pediu à líder regional para “não governa com Vox”.

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