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Alunos protestam contra mudanças no ensino de escolas estaduais em SP

Grupo interditava os dois sentidos da Avenida Imirim, na Zona Norte. Estudantes protestavam também nas praças da Sé e da República.

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Alunos protestaram contra a reestruturação da rede de ensino estadual proposta pelo governo paulista em pelo menos quatro pontos distintos de São Paulo na manhã desta quarta-feira (7). Os estudantes não querem ser transferidos de unidade escolar. A medida da Secretaria Estadual de Educação visa remanejar os alunos de forma que cada colégio só atenda um dos ciclos da educação. Algumas escolas seriam desativadas com o plano.

De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), um dos grupos realizava um ato que interditava os dois sentidos da Avenida Imirim, na Zona Norte da capital paulista. Eles se concentravam na altura da Alameda Afonso Schmidt por volta das 10h40.

No horário, manifestantes também protestavam na Rua das Cerejeiras, em Parelheiros, e na região do Centro: na Praça da Sé e na Praça da República, onde fica a sede da Secretaria Estadual de Ensino.

Nesta terça (6), alunos da rede estadual já haviam promovido manifestações em diversos pontos da capital. A Avenida Paulista chegou a ficar interditada por cerca de três horas. A Rua da Consolação e a Avenida Ipiranga foram outras importantes vias que tiveram o trânsito interrompido por conta dos atos dos estudantes.

Reestruturação do ensino
A medida visa reorganizar a distribuição dos alunos nas escolas. As unidades passarão a atender exclusivamente um dos três ciclos de ensino: o primeiro, que abrange os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; o segundo, com alunos do 6º ao 9º ano do fundamental; e o terceiro, que reúne os três anos do ensino médio.

Atualmente, algumas escolas da rede estadual atendem alunos de mais de um dos ciclos. Para a Secretaria Estadual da Educação, o ideal é que as escolas recebam apenas estudantes de um dos ciclos e, desta forma, estejam mais focadas no aprendizado da faixa etária que atende.

A expectativa do governo é de que até mil escolas sejam atingidas com a mudança. Segundo a assessoria de imprensa da pasta de educação, os alunos que vão precisar ser transferidos serão matriculados em escolas que ficam até no máximo 1,5 quilômetro de suas casas. Eles serão informados sobre o endereço da nova unidade até o mês de novembro.

Escolas fechadas
Alunos de pelo menos duas escolas estaduais de São Paulo já foram notificados de que as instituições de ensino nas quais estudam serão fechadas em 2016. O possível fim das atividades está ligado à reestruturação do ensino. As mudanças devem ocorrer em todo o estado, com mais de 400 colégios sujeitos a fechar as portas partir do ano que vem.

A Escola Estadual José Edson Martins Gomes, de Osasco, na região metropolitana, é uma delas. Estudantes contam que funcionários do colégio já comentaram sobre o fechamento e informaram que eles devem buscar outro local para continuar os estudos. A unidade funciona nos três turnos e conta com mais de 1,2 mil alunos dos ensinos fundamental e médio.

A Escola Padre Sabóia de Medeiros, na Chácara Santo Antônio, Zona Sul da capital paulista, seria outra das atingidas pela reestruturação. Se fechar, os 800 alunos da instituição seriam remanejados para a Escola Plínio Negrão, que fica a 3,5 km dali – distância maior do que o limite estipulado pelo governo.

Governo garante vagas
De acordo com Sandoval Cavalcante, dirigente regional de ensino, “nenhum aluno ficará sem vaga”. O representante da Secretaria Estadual de Educação ressaltou também que nenhum espaço escolar será inutilizado.

Segundo ele, em caso de “disponibilização” de unidades, elas serão utilizadas para outros serviços de educação. Ou seja, se forem desativadas, as escolas serão transformadas em creches ou Etecs, por exemplo. Cavalcante explicou ainda que não há nenhuma decisão definitiva quanto ao apontamento de quais colégios serão fechados. O dirigente afirma que não está definido nem se algum deles será, de fato, desativado.

“Nós continuamos com processo aberto. Os diretores de escola devem encaminhar suas discussões junto às comunidades escolares. A diretorias de ensino estão abertas a esse procedimento para que possamos fechar a melhor proposta possível, para que os alunos tenham a vagas garantidas e a reorganização possa acontecer”, completou.

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