Docente do curso de Letras foi processada após dizer ironizar pessoas que se orgulham de dizer que não gostam de ler
Um estudante do curso de Letras da Universidade Federal do Acre (UFAC) processou uma professora por “perseguição“, mas a Justiça acabou condenando o autor da ação por litigância de má-fé. Para o Juizado Especial Cível de Rio Branco, o aluno é o “real responsável pela perseguição” e deve indenizar a docente Vera Lúcia de Magalhães Bambirra em 3.000 reais por danos morais.
A sentença foi publicada na última terça-feira, 30 de abril e cabe recurso. O universitário ingressou com a ação em 2018 pedindo, além da indenização, que a professora – que também foi coordenadora do curso – se retratasse publicamente pela suposta perseguição.
Durante o curso, o estudante protagonizou vários embates em sala de aula por assuntos como o ar-condicionado. O estudante afirma que discutiu com um colega por causa da temperatura em sala e foi ameaçado, mas a então coordenadora não tomou qualquer atitude. O autor da ação admite que, durante discussões com colegas, chegou a dar garrafadas e arremessar cadeiras. Semanas depois, ele passou por um processo disciplinar na universidade e foi suspenso das atividades letivas por trinta dias.
Em outra ocasião, acusou a professora de o constranger ao falar durante uma aula que “tem gente que bate no peito dizendo que não gosta de literatura, como se estivesse abafando”. De acordo com o estudante, o comentário da docente foi motivado pelo fato de ele não gostar de romances longos; já a professora afirmou que faz o comentário em todas as turmas.
A partir daí, segundo testemunhas, o aluno começou a agir de forma mais agressiva. No processo consta um relato de que o estudante chegou a perseguir Vera Lúcia e bloquear a entrada da casa da docente. Também foram anexados registros de redes sociais do estudante em que ele ameaçava publicamente a professora, a chamava de “mau caráter” e “mentirosa” e a ofendia de forma machista.
Vera Lúcia afirma que o processo foi uma retaliação de Alex Sandro após ela registrar um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher.