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Alckmin assume ministério com compromisso de reindustrializar o país

Ministro afirmou que a indústria brasileira “precisa urgentemente retomar o seu protagonismo” no cenário internacional

(Roque de Sá/Agência Senado/Flickr)

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) assumiu nesta quarta-feira, 4, o comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Na cerimônia de transmissão de cargo, realizada no Palácio do Planalto, Alckmin se comprometeu a unir esforços com outros ministros do governo Lula para reindustrializar o Brasil, retomar o protagonismo do país no comércio exterior e incluir mais trabalhadores na economia.

“A reindustrialização é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável. E que essa retomada ocorra sob o prisma da justiça social”, disse Alckmin. Para o ministro, “o Brasil não pode prescindir da indústria se tiver ambições de alavancar o crescimento econômico e se desenvolver socialmente”.

Com a retomada da agenda do desenvolvimento industrial, o país voltará a um caminho de crescimento sustentável, geração de emprego e distribuição de renda, afirmou Alckmin. O objetivo do ministério é abrir novos mercados para bens e serviços, aumentar a base exportadora e agregar valor ao produto brasileiro.

A ideia é “valorizar o Brasil como potência agroambiental, mas também como país diverso, que exporta aviões, produtos farmacêuticos e máquinas elétricas”, disse o ministro. O trabalho com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), vinculada ao MDIC, será essencial para “reposicionar a imagem do Brasil no mundo”.

Para Alckmin, a indústria brasileira “precisa urgentemente retomar o seu protagonismo” no cenário internacional. “Nossa missão será de resgatar o papel que o Brasil merece ocupar no comércio exterior”, afirmou. Ele ressaltou que mudanças no cenário internacional geram oportunidades que só serão aproveitadas se o Brasil tiver estratégias adequadas.

Por isso, o ministério deve trabalhar com foco na reindustrialização “consensuada como setor produtivo, com a academia, com a sociedade e com a comunidade internacional”. Os eixos de atuação da pasta serão sustentabilidade, produtividade e inovação. O primeiro é o “ponto de partida” da nova política industrial.

O ministro citou como fatores essenciais para o crescimento sustentável da indústria a redução das emissões de gases de efeito estufa, o estabelecimento de uma política de apoio a uma economia de baixo carbono e o foco em tecnologias limpas. “O Brasil pode ser e será o grande protagonista no processo de descarbonização da economia global”, disse.

Alckmin anunciou que o MDIC terá uma Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, que trabalhará em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. “É uma agenda prioritária, inclusive para assegurar a competitividade do produto nacional no comércio exterior”, afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recriou o MDIC ao assumir o mandato. Durante o governo Bolsonaro, as atribuições da pasta estavam no antigo Ministério da Economia. Para Alckmin, a decisão foi acertada e aponta para um caminho de reconstrução “depois de quatro anos de descaso, má gestão pública e desalinho com os reais problemas brasileiros”.

Alckmin afirmou que Lula deixou claro o objetivo de elaborar, com urgência, uma política moderna de desenvolvimento industrial, que parta do diagnóstico correto, seja bem desenhada, implementada corretamente, avaliada com métricas adequadas e continuada no tempo. “A política industrial tem seu processo de maturação”, lembrou.

O ministro destacou a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNTI) e a vinculação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao MDIC. “Isso representa um enorme avanço”, disse Alckmin. “É fundamental fortalecer o papel do BNDES como alavanca do desenvolvimento econômico e industrial”, acrescentou.

No discurso, Alckmin também ressaltou a importância de uma reforma tributária, classificada por ele como “fundamental” no atual contexto. O diálogo com o setor privado, segundo ele, será necessário para garantir os avanços pretendidos. “Não chegaremos a resultado algum se atuarmos desalinhados com setor produtivo”, disse.

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