Participantes fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos profissionais que faleceram em virtude da Covid-19
Em reconhecimento ao trabalho dos profissionais de saúde que atuaram nas Unidades de Terapia Intensiva, pronto socorros e emergências no atendimento a pacientes com Covid-19, a Câmara Legislativa realizou sessão solene na manhã desta quarta-feira (27) no plenário, com transmissão ao vivo pela TV Distrital (canal 9.3) e YouTube, e tradução simultânea em Libras. O autor da homenagem, deputado Jorge Vianna (PSD), enalteceu a coragem dos profissionais que trabalharam na linha de frente, ao destacar o compromisso com a população. “O sentimento hoje é de alegria e orgulho”, agradeceu.
Vianna, que também é profissional da área da saúde, descreveu a “alegria de ajudar a salvar vidas”. Por outro lado, ele narrou as dificuldades, como o desgaste mental e psicológico diários desses profissionais que, durante a pandemia, tiveram que enfrentar o desafio de ver pessoas e colegas morrendo todos os dias. Além dos médicos e enfermeiros, o parlamentar citou outros profissionais da área, como os fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, os “protagonistas” da segunda fase da doença, ligada à recuperação dos pacientes.
Depoimento
O técnico de radiologia do Hospital Regional de Planaltina, Renato Rocha, que ficou trinta dias na UTI e doze dias entubado no hospital de campanha em virtude da doença, fez um depoimento emocionado: “Tive o prazer de trabalhar na linha de frente e o desprazer de ter tido Covid, e hoje consigo compreender o porquê sou profissional da saúde”.
“São muitas histórias como esta”, enfatizou a representante do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), Nadja Carvalho, que agradeceu a todas as categorias que trabalharam nas unidades de pronto atendimento. Do mesmo modo, a médica do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Flávia Guedes, reforçou que os profissionais merecem ser valorizados, ao relembrar o empenho dos trabalhadores, especialmente quando a doença e os protocolos eram desconhecidos.
“O medo e o riscos iniciais de uma doença que se conhecia muito pouco ou quase nada” também foram descritos pela representante do Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas (SBH), Danielle Feitosa, que recordou os “dias desesperadores com cem por cento de ocupação e filas de espera por leitos” vivenciados nos ambientes hospitalares. Na opinião de Feitosa, o agradecimento e a homenagem prestados pela CLDF aos profissionais de saúde é um exemplo que deveria ser seguido por outras entidades, inclusive pela presidência da república.
Heróis e soldados
Em nome da Secretaria de Saúde do DF, Pedro Zancanaro agradeceu “aos heróis que foram esquecidos e aos soldados que foram perdidos nos momentos de guerra”, como ele classificou o cenário. O médico mencionou os problemas atuais, como a necessidade de alcançar as pessoas que ainda não se vacinaram, as moléstias represadas e os reflexos da pandemia. Entre estes, os adoecimentos mentais nos próprios trabalhadores, como os males ocupacionais, a exemplo do “burnout”, doença causada pela exaustão. Zancanaro finalizou com um apelo para o engajamento e a continuidade da vacinação.
A pedido de Vianna, que entregou moções de louvor aos trabalhadores da saúde que se destacaram durante a pandemia, foi feito um minuto de silêncio em homenagem aos profissionais que faleceram em virtude da Covid-19.