O presidente da França sublinhou o perigo de não oferecer garantias de segurança à Rússia e aos outros países na região, instando a deixar de ver a situação somente “através do prisma da OTAN”.
Emmanuel Macron, presidente da França, afirmou na quinta-feira (22) que a adesão da Ucrânia à OTAN seria entendida pela Rússia como mais um passo para o confronto, mesmo sem uma garantia da admissão do país no bloco militar.
“A adesão da Ucrânia à OTAN será entendida pela Rússia como algo de confronto […] Independentemente da adesão da Ucrânia à OTAN, e este não é o cenário mais provável, ou não, ela deve receber garantias de segurança”, disse Macron em uma entrevista ao jornal francês Le Monde.
Ele disse que a arquitetura de segurança na Europa deve incluir garantias não apenas para a Ucrânia, mas também para a Moldávia, Armênia, Azerbaijão, Geórgia e, eventualmente, Belarus.
“Não podemos pensar na segurança desta zona apenas através do prisma da OTAN”, sublinhou o alto responsável francês.
Os Estados-membros da OTAN apoiaram a futura adesão da Ucrânia e da Geórgia na Aliança Atlântica durante a cúpula de Bucareste de 2008, sem indicar um momento para esse passo. Em junho de 2022, na cúpula em Bruxelas, eles reiteraram o compromisso, novamente sem sugerir um prazo.
Em dezembro de 2021, a Rússia propôs projetos de acordos sobre garantias de segurança para a OTAN e os EUA, solicitando que a aliança regressasse às fronteiras de 1997, não se expandisse para o leste e não incorporasse a Ucrânia e outros Estados pós-soviéticos.
Em janeiro de 2022, os EUA e a OTAN rejeitaram oficialmente a proposta da Rússia, declarando a posição de “portas abertas” de que a aliança não mudaria seu posicionamento sobre o direito de países independentes de aderir ao bloco. Depois deste impasse, e após uma ameaça de ataque das forças de Kiev a Donbass, onde vive uma grande população russófona, a Rússia iniciou em fevereiro uma operação militar especial na Ucrânia.