20.5 C
Brasília
HomeBrasíliaAdaptação do espetáculo ‘Gota d’água', de 1975, chega a Brasília

Adaptação do espetáculo ‘Gota d’água’, de 1975, chega a Brasília

A peça ‘Gota d’água [a seco]’, de Rafael Gomes, condensa a história original na relação do casal Joana e Jasão. Meia-entrada custa R$ 35.

Foto: Elisa Mendes/Divulgação

Após quase dois anos da estreia no Rio de Janeiro, o espetáculo “Gota d’água [a seco]”, de Rafael Gomes, chega a Brasília para três apresentações entre esta sexta-feira (8) e domingo (10). A meia-entrada custa R$ 35.

A peça é uma adaptação do texto poético de Paulo Pontes e Chico Buarque de Holanda, encenado pela primeira vez em 1975, no Teatro Tereza Raquel, no Rio de Janeiro.

A atriz Laila Garin durante o espetáculo "Gota D'Água [a seco]", de Rafael Gomes — Foto: Elisa Mendes/Divulgação
A atriz Laila Garin durante o espetáculo “Gota D’Água [a seco]”, de Rafael Gomes — Foto: Elisa Mendes/Divulgação

Na época, o contexto político do Brasil era a ditadura e a dramaturgia se valeu das divergências políticas, ultrapassando a censura. Agora, o cenário é democrático, mas volátil.

Desde 2016, o espetáculo passou pelo impeachment de uma presidente de esquerda, por um governo interino impopular e pela ascensão da extrema direita. “Cada vez que encenamos a peça, ela se insere em um contexto político diferente”, disse a atriz Laila Garin, que interpreta a personagem Joana.

O ator Alejandro Claveaux e a atriz Laila Garin durante o espetáculo "Gota D'Água [a seco]", de Rafael Gomes  — Foto: Elisa Mendes/Divulgação
O ator Alejandro Claveaux e a atriz Laila Garin durante o espetáculo “Gota D’Água [a seco]”, de Rafael Gomes — Foto: Elisa Mendes/Divulgação

“E cada um que assiste ao espetáculo responde de uma forma. Tem gente que se liga mais à história de amor, traição e abandono, mas tem gente que se apega às questões políticas.”

A atriz Laila Garin durante o espetáculo "Gota D'Água [a seco]", de Rafael Gomes — Foto: Elisa Mendes/Divulgação
A atriz Laila Garin durante o espetáculo “Gota D’Água [a seco]”, de Rafael Gomes — Foto: Elisa Mendes/Divulgação

Seja em 1975 ou agora, a origem de ambos os roteiros remonta a quatro séculos antes de Cristo, com a tragédia grega “Medeia”, de Eurípedes. A diferença essencial é que Rafael Gomes condensa a história na relação do casal principal: Joana e Jasão. Por isso o termo “a seco”.

A escolha, porém, não fez do espetáculo mero romance. Os fatores são intrínsecos ao texto, segundo Laila Garin. “A gente fala de um homem que traiu e abandonou a mulher para se casar com outra por interesse, por ambição. Enquanto isso, Joana não faz conchavos para conseguir o que quer.”

“A peça é uma discussão ética, porque todo mundo tem um pouco de Joana e de Jasão.”

A enxugada que “Gota d’água [a seco]” propõe também se vê no cenário e nos figurinos. “Não é nada realista, naturalista. As estruturas te lembram prédios, casas, mas são só os ferros. Os sentimentos é que são reais”, disse Laila.

Por outro lado, o diretor acrescentou três músicas que não faziam parte da dramaturgia original: “Eu te amo”, “Baioque” e “Cálice”, todas de Chico Buarque. O espetáculo recebeu 13 prêmios, sendo seis de melhor atriz para Laila Garin.

Programe-se

“Gota d’água [a seco]”
Data: 8, 9 e 10 de fevereiro
Hora: 20h (sexta e sábado) e 19h (domingo)
Local: Teatro Unip – SGAS, Quadra 913, Conjunto B
Ingresso: R$ 35 a meia-entrada
Classificação indicativa: 14 anos

Fonte: G1

Veja Também