Alessandro Guerreira Barros estava foragido e foi encontrado no Riacho Fundo. No ano passado, após um acidente de trânsito sem gravidade no Itapoã, ele matou Felype de Sousa com quatro tiros
Um ano após o assassinato do motorista de aplicativo, Felype de Sousa, 22 anos, a Polícia Civil prendeu preventivamente Alessandro Guerreira Barros, 28, acusado do crime. Ele foi encontrado no Riacho Fundo na noite do último domingo (11/10). Os agentes de tocaia o avistaram no momento em que ele deixou a casa para ir a um comércio de rua, e o abordaram. Segundo a delegada Jane Klébia, da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), ele não resistiu à prisão, mas ficou surpreso.
“Ele se gabava, mandou esse recadinho para a polícia, de que ele não seria encontrado porque não tínhamos imagens dele recentes. As fotos que tinham no sistema eram muito antigas”, explicou a delegada. Contudo, os investigadores reconstituíram a imagem e produziram um laudo que ajudou na identificação do suspeito. Além disso, foram feitas diligências em vários endereços.
A delegada Jane Klébia conta que, ao longo do último ano, a irmã da vítima entrava em contato com ela sempre que havia prisões no Paranoá, ansiosa pela notícia de que Alessandro teria sido detido, o que só se concretizou agora. “Cada investigação segue um ritmo, depende das circunstâncias”, disse.
O homicídio ocorreu no Itapoã em 2019 e gerou revolta à época, tanto pela idade da vítima, como pelo motivo. Um acidente de trânsito sem gravidade gerou uma discussão entre os envolvidos. Felype iria se casar em quatro dias, e a noiva, que estava ao seu lado, presenciou toda a cena.
A discussão começou após Alessandro Barros bater na lateral do carro de Felype Souza, enquanto ele fazia uma manobra para estacionar o veículo na avenida principal da cidade. No meio da briga, Alessandro disparou quatro vezes contra Felype, que estava de costas, e fugiu do local. O episódio foi registrado por câmeras de segurança. De acordo com a delegada Jane, ao ser preso Alessandro alegou que supôs que a vítima teria se virado para pegar uma arma.
“Mas isso é defesa, ele pode dizer o que quiser, mas contra a imagem o argumento fica difícil”, ponderou a delegada. Na data do crime, o acusado já cumpria pena por ter tentado matar com um tiro, em 2013, um outro homem, que ele suspeitava ser amante da namorada. Após passar cinco anos no Complexo Penitenciário da Papuda, Alessandro foi beneficiado com a flexibilização do regime e passou para a prisão domiciliar.
Como a prisão não foi em flagrante, Alessandro não terá direito à audiência de custódia e permanece preso enquanto os recursos do processo são julgados. Se for condenado por homicídio qualificado neste caso, quando o crime é cometido em circunstâncias que o tornam ainda mais grave, Alessandro Barros pode passar até 30 anos preso.