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A Lua está encolhendo e sofrendo abalos sísmicos, revela Nasa

O satélite natural encolhe e sua superfície ganha elevações e escarpas; descoberta contraria análise de que corpo celeste estava inativo

Mosaico composto de muitas imagens obtidas pelo Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da Nasa, mostra novas características da superfície (delineadas) da Lua, descobertas em uma região chamada Mare Frigoris (NASA/AFP)

Um estudo divulgado pela Nasa nesta segunda-feira 13 revelou que a Lua está encolhendo devido ao resfriamento do seu interior.

De acordo com o cientista Thomas Watters, do Centro de Estudos da Terra e Planetas do Museu Nacional do Ar e do Espaço dos Estados Unidos, o encolhimento faz com que a superfície da Lua ganhe elevações e escarpas. O efeito também tem causado abalos sísmicos.

Tal como uma uva “se enruga” ao ser tornar uma uva-passa, escarpas se formam na Lua conforme o satélite natural da Terra diminui, explicou a Nasa em uma nota divulgada.

Mas, ao contrário da casca da uva, que é flexível, a crosta da Lua é rígida e se quebra quando seu tamanho diminui, formando falhas onde um segmento é empurrado para cima de outro.

“Nossa análise revela as primeiras provas de que essas falhas permanecem ativas e provavelmente produzem abalos sísmicos ainda hoje, enquanto a Lua continua esfriando e diminuindo”, afirmou Watters.

As escarpas, similares às falhas geológicas provocadas pelos movimentos tectônicos na Terra, se apresentam como cordilheiras escalonadas de várias dezenas de metros de altura e se estendem por vários quilômetros.

De acordo com a Nasa, os astronautas Eugene Cernan e Harrison Smith tiveram que ziguezaguear com o seu veículo lunar para atravessar a falha Lee Lincoln durante a missão Apolo 17 em 1972.

Watters é o autor principal de um estudo que analisou os dados fornecidos por quatro sismógrafos colocados na Lua pelos astronautas durante as missões Apolo 11, 12, 14, 15 e 16, usando um algoritmo desenvolvido para identificar os lugares de tremores detectados por uma rede de sensores.

Entre 1969 e 1977, os sismógrafos registraram 28 sismos superficiais com magnitudes entre 2 e 5 na escala Richter. A equipe determinou que oito dos 28 movimentos ocorreram dentro de aproximadamente 30 quilômetros de distância de falhas visíveis nas imagens lunares.

Visão do vale Taurus-Littrow, explorado em 1972 pelos astronautas da missão Apollo 17 (Nasa/AFP)

 

A Lua não é o único corpo no sistema solar que diminui com a idade. Segundo a Nasa, Mercúrio tem “enormes falhas” de até 1.000 quilômetros de comprimento e 3 quilômetros de altura, “significativamente maiores, em relação ao tamanho do planeta, do que as da Lua”.

O satélite natural tem um raio que corresponde a pouco mais de um quarto do raio da Terra. Seu tamanho diminuto levou os cientistas a acreditarem que todo seu calor interno havia escapado para o espaço há muito tempo.

Como resultado, toda a sua atividade geológica teria se desligado. As novas evidências, contudo, sugerem o contrário.

Segundo Watters, a descoberta “se afasta do conhecimento convencional sobre como os corpos rochosos se resfriam” e sugere que a Lua ainda está “tectonicamente ativa”.

Esta escarpa é uma das muitas descobertas pelas imagens capturadas pelo Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da Nasa (GSFC/Arizona State University/Smithsonian/Nasa)

(Com EFE)

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