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Moro defende que Coaf fique com Ministério da Justiça

Guedes não quer o Coaf, ele tem uma série de preocupações, tem a reforma da Previdência. A tendência lá é ele ficar esquecido”, disse o ministro

Sérgio Moro: “na Justiça temos o Coaf como essencial” (José Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, defendeu nesta quarta-feira, (1º), à rádio Jovem Pan que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) fique com o Ministério da Justiça. Ele afirmou que o conselho estava “esquecido” no Ministério da Fazenda e garantiu que o ministro Paulo Guedes, da Economia, não quer o Coaf.

“Guedes não quer o Coaf, ele tem uma série de preocupações, tem a reforma da Previdência. A tendência lá é ele (Coaf) ficar esquecido e na Justiça temos ele como essencial”, disse.

Ele disse ainda que o ministério tem o compromisso de manter o sigilo das informações investigadas dentro do Coaf. O risco de que se fira garantias individuais, como o sigilo bancário, é o principal argumento de quem defende que o conselho volte para a Economia.

“Temos compromisso em manter sigilo porque a gente sabe que informações não devem ser devassadas, para não expor o cidadão. E também porque entendemos que expor prematuramente prejudica investigações”, disse. Ele afirmou ainda acreditar que qualquer vazamento no passado não tenha saído do corpo do Coaf.

Ministério

Moro defendeu também que os ministérios da Justiça e da Segurança Pública continuem parte do mesmo ministério. Segundo ele, parte relevante das atribuições da segurança pública estão, na verdade, dentro do Ministério da Justiça e, por isso, separá-las geraria “um inconveniente”.

Ele minimizou as críticas do senador Major Olímpio (PSL-SP), que defende a separação das pastas. Segundo Moro, ele entende o argumento do parlamentar, uma vez que, no passado, os órgãos já foram unidos e não melhoraram a situação brasileira. “Conversei com o Major Olímpio e espero convencê-lo de que essa posição não é a melhor”, disse.

Pacote anticrime

Na entrevista à rádio, o ministro disse ainda que quer o Congresso como “parceiro” na votação do projeto anticrime. Ele afirmou entender que o Legislativo “tem seu tempo”, mas frisou que gostaria que o texto fosse votado o mais rapidamente possível.

“Claro que nós gostaríamos que isso fosse votado o mais breve possível, mas nós temos que respeitar. É um novo Congresso, assim como é um novo governo”, disse.

Criminalidade

Moro disse também que o problema da criminalidade no País não será resolvido diminuindo o encarceramento. “Não se resolve o problema da criminalidade simplesmente abrindo-se as portas da cadeia”.

Segundo ele, é necessário sim pensar em políticas sociais e de urbanização para minimizar crimes, mas “é importante tirar o criminoso de circulação”. E discutir alguns casos específicos, em que houve excesso de pena. “São estratégias que não são excludentes, têm que ser adotadas em conjunto”, disse.

 

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