“Vamos trabalhar primeiro na questão das distribuidoras, porque é mais urgente”, ponderou o presidente da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira, 6, que ainda não dá para dizer 100%” que o projeto de privatização da Eletrobras saiu da pauta da Casa. Ele admitiu, contudo, que a prioridade agora será para aprovar o projeto enviado na semana passada pelo governo para tentar solucionar o problema de seis distribuidoras deficitárias da Eletrobras e promover alterações no setor elétrico.
“Vamos trabalhar primeiro na questão das distribuidoras, porque é mais urgente. Não pode dizer ainda 100% que a privatização da Eletrobras saiu da pauta. Como é maioria simples, pode surgir oportunidade de votar lá na frente. Tem que esperar”, declarou em entrevista após sabatina com pré-candidatos ao Palácio do Planalto promovida pelo Sindicato de Auditores Fiscais (Sindifisco Nacional) no auditório do jornal Correio Braziliense.
Mais cedo, Maia chegou a criticar o modelo de privatização proposto pelo governo do presidente Michel Temer. “Acho que o sistema Eletrobras pode ser privatizado, não sei se esse modelo que está sendo proposto é o melhor, que privatiza o todo. Poderia ser mais pulverizado”, declarou o parlamentar fluminense durante a sabatina.
Como mostrou o Broadcast no último sábado, dia 2, Maia já admite nos bastidores que dificilmente o projeto da privatização da Eletrobras será votado antes das eleições de outubro. O desgaste do governo, acentuado pela greve dos caminhoneiros, e a proximidade do calendário eleitoral inviabilizaram de vez a aprovação, ainda neste ano, da proposta, considerada uma das mais importantes da atual agenda econômica.
A avaliação feita por Maia nos bastidores é de que o governo não terá mais força suficiente para aprovar a privatização da estatal de energia. Com a fragilidade do governo, Temer e os parlamentares não poderiam enfrentar desgaste nem mesmo das famílias cujos seus integrantes trabalham ou dependem da Eletrobras. E, para o deputado, mesmo após as eleições, a proposta só poderá ser votada se for um tema defendido pelo novo presidente da República eleito.