O Palácio do Planalto divulgou nota nesta segunda-feira, 30, na qual informa que o adiamento da viagem do presidente Michel Temer à Ásia “se deu unicamente porque, tendo em vista o calendário eleitoral, a ausência do chefe de governo do País, neste momento, obrigaria os presidentes da Câmara e do Senado a também deixarem o território nacional simultaneamente, prejudicando votações importantes ao País”.
Na nota, a Secretaria de Comunicação Social destaca que a principal dessas votações é a que remaneja verbas orçamentárias e tem de ser votada até 8 de maio para evitar calote do país por garantias oferecidas a exportações em governos passados. “Isso traria imensos prejuízos a toda a economia brasileira”, diz a nota.
Segundo o Planalto, o inquérito conduzido pela Polícia Federal que inclui acusações contra o presidente Temer tem 150 dias e foi pedida uma prorrogação por mais 60 dias, “não sendo causa urgente que justifique mudança de agenda”. “Somente pessoas desinformadas sobre tal circunstância espalhariam versão tão inverossímil”, ressalta a nota do Planalto.
O presidente faria a viagem para a Ásia entre os dias 5 e 14 de maio. O cancelamento da agenda foi confirmado no domingo. Temer já havia encurtado o roteiro de seus compromissos no Sudeste Asiático na semana passada, mas acabou voltando atrás mais uma vez e optou por cancelar toda a viagem – em janeiro, o presidente também desistiu de compromissos na mesma região por recomendação médica.
A comentarista Vera Magalhães explicou, no entanto, que a data da viagem coincidiria com o avanço do inquérito dos Portos, em que familiares e amigos do presidente são investigados. A data da viagem de Temer coincidiria com a do depoimento de sua filha, Maristela, à Polícia Federal: