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Indústria no Brasil cresce menos que o esperado em fevereiro

Indústria teve aumento de 0,2% da produção na comparação com o mês anterior, informou o IBGE

A produção industrial brasileira cresceu menos que o esperado e teve o resultado mais fraco para fevereiro em dois anos com perdas na fabricação de bens intermediários e de consumo semiduráveis e não duráveis, indicando um ritmo ainda lento de recuperação do setor.

A indústria do Brasil apresentou em fevereiro aumento de 0,2 por cento da produção na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,55 por cento na comparação mensal. O resultado de fevereiro é o menor para o mês desde a queda de 1,4 por cento vista em 2016, e ficou longe de recuperar a perda de 2,2 por cento registrada em janeiro.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a produção teve alta de 2,8 por cento, melhor resultado para meses de fevereiro desde 2014, quando houve alta de 4,8 por cento, mas ainda assim abaixo da projeção de analistas de ganho de 4,0 por cento.

“A leitura da indústria é que o movimento de recuperação é lento e gradual, e de fato os números recentes dão esse ritmo de gradualidade. 2018 começa com menor intensidade e com um ritmo menor”, avaliou o gerente da pesquisa no IBGE, André Macedo.

No mês, a produção de bens intermediários teve recuo de 0,7 por cento, enquando a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis caiu 0,6 por cento.

Na outra ponta, os bens de consumo duráveis registraram ganhos de 1,7 por cento, e a fabricação de bens de capital, uma medida de investimento, teve pequena alta de 0,1 por cento.

Entre os ramos pesquisados, 14 dos 26 apresentaram crescimento, sendo a principal influência positiva o ganho de 4,4 por cento de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal. Enquanto isso, as indústrias extrativas tiveram queda de 5,2 por cento na produção.

Apesar dos resultados fracos no início do ano, o cenário no país é de inflação ainda fraca e juros em queda, o que tende a favorecer o consumo e, consequentemente, a indústria brasileira. O desemprego ainda elevado, entretanto, é o que freia um ritmo mais forte para a recuperação econômica.

“O mercado de trabalho melhorou, mas ainda tem 13 milhões de desempregados. A inflação é menor agora e os juros também, mas o mercado de trabalho ainda precisa reagir mais. A reação da indústria é lenta, gradual e de força menor”, completou Macedo.

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