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Bitcoin supera US$ 11 mil e gera temor de bolha

A moeda virtual multiplicou por dez seu valor em um ano e, apesar do risco, tem chamado a atenção os grandes operadores financeiros

Horas depois de ultrapassar a marca de 10 mil dólares, o bitcoin escalou para além dos 11 mil, marcando seu mais recente recorde nesta quarta-feira. A moeda criptografada, que multiplicou por dez seu valor em um ano, tem gerado o temor de uma bolha.

Comprado e vendido em plataformas especiais na internet, o bitcoin subiu até 11.434 dólares por unidade, para depois cair abruptamente a 9.643 por volta das 15h30 de Brasília – uma baixa de 15% em questão de horas.

Em meados de outubro, o bitcoin era negociado a 5.000 dólares, menos da metade do valor alcançado esta semana. Uma alta espetacular, levando-se em conta que começou o ano em torno dos 1.000 dólares.

Atenção do mercado financeiro

Nos últimos meses, investidores resolveram deixar de lado as dúvidas sobre o uso de bitcoin em atividades ilícitas e mudaram o enfoque para o potencial transformador da tecnologia por trás da moeda e a perspectiva de que o bitcoin poderia substituir o ouro como um investimento para comprar quando a confiança em outras moedas cair.

Essa caraterística interessa muito ao setor bancário, onde a tecnologia usada pelo bitcoin, a blockchain, poderia abrir novos horizontes, simplificar as transações de títulos desmaterializados e reduzir custos.

A moeda virtual ganhou força em outubro, quando o grupo americano CMW, um dos mais poderosos agentes bursáteis do mundo, anunciou o lançamento de contratos nesta moeda no mercado futuro. Este anúncio disparou seu valor, já que a quantidade de bitcoins em circulação é limitada. O também americano CME, um dos maiores operadores financeiros do mundo, também comunicou que vai oferecer produtos derivados que permitam especular com o bitcoin.

Também a Nasdaq planeja lançar um contrato de futuro de bitcoin em 2018, tornando-se a terceira bolsa a ter contratos de derivativos dos Estados Unidos vinculados à moeda digital. Em Wall Street, o banco de negócios Goldman Sachs afirmou contemplar especular para seus clientes, assim como o concorrente JPMorgan Chase, que se declarou “muito aberto” às criptomoedas “controladas e reguladas adequadamente”.

Risco

Sem existência física, o Bitcoin lançado em 2009, apoia-se em um sistema de pagamento entre pessoas, baseado em uma tecnologia denominada blockchain. Entre as facilidades prometidas estão a rapidez do processo, a inexistência de burocracia e a confiabilidade, baseada em tecnologia. A moeda virtual é comprada e vendida em plataformas específicas de Internet e não tem marco jurídico. Não é regida por um Banco Central, ou por um governo, mas por uma grande comunidade internacional, e é aceita em um número crescente de transações.

De uso polêmico, essa moeda levanta inúmeras críticas, em particular de instituições financeiras, como os bancos, e de governos, porque não podem controlá-la.  Em meados de setembro, o presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou que o Bitcoin é uma “fraude” prestes a explodir.

Os altos e baixos do Bitcoin despertam o temor de uma explosão especulativa: em seu lançamento, em fevereiro de 2009, um Bitcoin valia apenas alguns centavos de dólar.

 

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