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Ciclista acha fóssil de dinossauro de 20 metros no interior de SP

Dois ossos articulados foram encontrados em Monte Alto. A descoberta leva a novos estudos sobre a presença desses animais na região de Ribeirão Preto

Fóssil no campo de escavação. Os restos pertenciam a um titanossauro, dinossauro que habitou a região há 90 milhões de anos (Prefeitura de Monte Alto/Divulgação)
Fóssil no campo de escavação. Os restos pertenciam a um titanossauro, dinossauro que habitou a região há 90 milhões de anos (Prefeitura de Monte Alto/Divulgação)

Um ciclista que fazia uma trilha na zona rural de Monte Alto (SP) encontrou, na última semana, dois ossos articulados de um dinossauro com até 20 metros de altura, pertencente a uma espécie que habitou a região há 90 milhões de anos. Cada um dos fósseis teria 90 centímetros de comprimento e 60 centímetros de largura. O episódio pode levar a novas descobertas sobre a presença de dinossauros no interior paulista, e servirá de base para estudos sobre a vida dessas espécies naquela época. O material indica que o animal viveu na região que hoje corresponde ao município, localizado na região de Ribeirão Preto (SP).

Os fósseis foram levados para o Museu de Paleontologia de Monte Alto e vão se juntar a outros, também de animais pré-históricos que habitaram a região. Os restos pertenceriam a um titanossauro, uma espécie de lagarto gigante que se alimentava de vegetais. “São aqueles dinossauros ‘pescoçudos’ que costumam ilustrar a era pré-histórica”, explica a paleontóloga Sandra Tavares, diretora do Museu de Monte Alto.

Ela contou que os fósseis estavam em uma área usada por pessoas que fazem trilha de bicicleta e moto, sendo preciso uma operação de emergência para retirar o material. “Mas agora ele já está em lugar seguro e temos algumas informações, sendo possível saber, por exemplo, que se trata de um animal da família dos titanossauros, ou seja, um herbívoro”, falou a paleontóloga.

De acordo com ela, as análises vão prosseguir, ao mesmo tempo em que será marcada uma grande escavação na área da descoberta para localizar outras partes do animal. “Mas isso deve ficar para 2018, porque o museu está em reforma. Vamos esperar o fim dos trabalhos, até mesmo para ter um local adequado para colocar os materiais que forem achados”, disse Sandra.

Os fósseis estavam cravados em uma rocha e foram encontrados por André Giancherini, que acionou a equipe do museu. Ele contou à reportagem que pedalava ao lado de um amigo quando viu uma rocha branca, muito diferente das pedras da região. “Aqui elas são meio avermelhadas, mas esta era bem branquinha”, lembra.

Ao parar a bicicleta e limpar um pouco a rocha, ele diz ter notado que aquilo era um osso. “Estava perto de um barranco, foi uma grande surpresa”, falou. Seu interesse pelo assunto facilitou para que identificasse como sendo fósseis. Depois, ele ajudou os funcionários do museu a retirar e transportar o material.

Outros

Segundo a diretora do Museu de Paleontologia de Monte Alto, já está provado que animais pré-históricos habitaram a região. O acervo do museu reúne mais de 1.300 exemplares de fósseis, entre outros, de dinossauros, moluscos, tartarugas e crocodilos, todos do período cretáceo e recolhidos na região e em áreas distantes, como a Chapada do Araripe, no Ceará.

Da região, entre os ossos mais recentes constam crânios de crocodilos que também viveram há milhões de anos. Após serem analisados e catalogados, esses bichos acabam recebendo nomes em alusão ao descobridor e à origem.

Exemplo é o Montealtosuchus arrudacamposi que, como o próprio nome diz, homenageia a cidade da descoberta – Monte Alto –, e quem o identificou, nesse caso o paleontólogo Antonio Celso de Arruda Campos, o “Professor Toninho”, falecido em 2015.

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