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Cientistas recuperam meteorito que caiu na Austrália

O fragmento foi encontrado uma semana após uma bola de fogo ter cruzado o céu australiano no Dia das Bruxas

As análises mostram que ele pode ter em sua composição cristais minerais, ainda não identificados, e, potencialmente, água de seu 'asteroide pai' (Curtin University/Divulgação)
As análises mostram que ele pode ter em sua composição cristais minerais, ainda não identificados, e, potencialmente, água de seu ‘asteroide pai’ (Curtin University/Divulgação)

Os cientistas responsáveis por recuperar o meteorito que cruzou o céu da Austrália no dia das Bruxas (31 de outubro) — parecido com um tijolo ‘esmagado’ — divulgaram nesta segunda-feira os resultados das pesquisas preliminares. O fragmento foi encontrado em uma fazenda na cidade australiana de Morawa e tem 1,15 quilos. As análises mostram que ele pode ter em sua composição cristais minerais, ainda não identificados, e água de seu ‘asteroide pai’, segundo nota oficial.

O resultado ainda aponta para um tamanho original de 50 a 100 vezes maior do que o atual, antes de entrar em contato com a nossa atmosfera.

Por conta da rapidez da localização, os cientistas afirmaram que encontraram o material com contaminação miníma, sem contato da água da chuva, por exemplo, e isso irá ajudar nas análises futuras dos cientistas. “Nós vamos descobrir muito mais, uma vez que já conseguimos compreender uma pesquisa química feita no material e atualmente estamos analisando o modelo 3D que criamos a partir do meteorito”, disse Phill Bland, professor de geologia aplicada da Universidade de Curtin, na Austrália, em nota.

Os pesquisadores contaram com a ajuda de curiosos australianos que participam de uma rede chamada Fireballs in the Sky (Bolas de fogo no céu, em português). É um aplicativo criado por cientistas da instituição australiana para receber relatos de ‘cientistas cidadãos’, quando eles encontram faixos de luz suspeitos no céu. Além disso, o programa auxilia no projeto científico da instituição que tem como objetivo compreender como funciona o sistema solar através de estudos de meteoritos, chamado de Desert Fireball Network.

As câmeras instaladas pelos cientistas em regiões agrícolas e desérticas do interior da Austrália também auxiliaram na localização exata que o meteorito caiu. O grupo então fez uma análise de imagens captadas e, assim, foi possível descobrir a trajetória da queda e calcular o ponto de pouso. No momento em que atingem a Terra, os meteoritos diminuem a velocidade e a queda é semelhante à de uma pedra atirada do alto de um edifício.

Quebra cabeça

Dos 500 000 meteoritos já descobertos pela equipe, os cientistas só sabem a origem de 20 a 30 fragmentos.“Eles podem dizer praticamente tudo o que quisermos saber sobre o sistema solar, porém apenas se descobrirmos de onde vieram. É uma grande peça de quebra-cabeça deixada em nossas mãos”, disse Bland.

O material agora seguirá para o Museu da Austrália Ocidental para outras pesquisas.

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