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Sífilis cresce 156% em cinco anos no DF; homens são 70% dos infectados

Provocada por bactéria, doença é transmitida em ato sexual sem proteção. Houve aumento entre jovens; Ministério da Saúde admite haver epidemia.

Nº de casos de sífilis no DF
2010 424
2011 529
2012 598
2013 709
2014 906
2015 1.086
Fonte: Secretaria de Saúde

O número de casos de sífilis cresceu 156% em cinco anos no Distrito Federal. A doença é provocada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida geralmente em relações sexuais por meio de pequenas lesões na pele e em mucosas, e pode causar abortos e malformações em bebês. De acordo com a Secretaria de Saúde, foram 424 infecções em 2010, contra 1.086 em 2015. Somente entre janeiro e outubro deste ano, os registros já chegaram a 1.018. Homens são 70% dos casos.

Para a Secretaria de Saúde, a incidência entre jovens preocupa. Houve aumento de casos entre quem tem de 15 a 19 anos. “Isso demonstra que a gente tem que ficar atento ao quanto o jovem hoje em dia, mesmo que haja mais distribuição de informação, ainda não está incorporando essa informação como uma forma educativa de mudar o seu comportamento e ter cuidados em relação a sua saúde sexual”, disse o gerente de DSTs, Sérgio D’Ávila.

No final de outubro, o Ministério da Saúde admitiu que o Brasil enfrenta uma epidemia de sífilis. A principal forma de prevenção é o uso de preservativos durante o ato sexual. O tratamento correto e completo também é considerado uma forma eficaz de controle, por interromper a cadeia de transmissão. Ambos os parceiros precisam passar pelos procedimentos, para impedir que ocorra reinfecção.

A sífilis se desenvolve em três estágios, geralmente consecutivos: primário, secundário e terciário. O primeiro ocorre entre três e 90 dias após o contágio e se caracteriza pela presença de lesões como pequenas feridas, inicialmente de cor rósea, que evoluem para um vermelho intenso com fundo esbranquiçado, como se fossem uma “afta”. Esta lesão se chama “cancro duro”.
Isso demonstra que a gente tem que ficar atento ao quanto o jovem hoje em dia, mesmo que haja mais distribuição de informação, ainda não está incorporando essa informação como uma forma educativa de mudar o seu comportamento e ter cuidados em relação a sua saúde sexual”
Sérgio D’Ávila, gerente de DSTs

Geralmente, essa lesão é única e não dói. Nos homens, o “cancro duro” surge geralmente no pênis, muitas vezes na região próxima ao canal da uretra. Nas mulheres, pode aparecer nos grande lábios, na parede vaginal ou no colo do útero.

Depois de um período de latência, sem sintomas, que pode variar de seis a oito semanas, a doença entra de novo em atividade. Isso significa que a bactéria causadora atingiu internamente outros órgãos e sistemas. A pele é intensamente atingida. Surgem lesões rosadas, em formas de pápulas, que podem atingir toda a superfície do corpo. A palma das mãos e planta dos pés são caracteristicamente acometidas.

No terceiro estágio da doença, órgãos e sistemas são acometidos, como o sistema nervoso central, sistema cardiovascular, pele, músculos, ossos ou fígado, por exemplo. O sintomas são graves e vão depender da região atingida. Todo este caminho de progressão da sífilis pode durar até 30 anos para se completar.

Sífilis congênita
Único remédio que ultrapassa a placenta e consegue tratar bebês, evitando que o feto pegue a infecção da mãe e nasça com más-formações que podem afetar os sistemas neurológico, cardíaco e hepático, a penicilina benzatina – popularmente conhecida pelo nome comercial Benzetacil – tem estado em falta nas redes públicas de saúde. O preço da ampola em farmácias é de pouco mais de R$ 1.

No ano passado, a Secretaria de Saúde informou que a dificuldade para comprar o remédio começou em 2012. Cinco pregões já foram cancelados e, mesmo em caráter emergencial, dois editais não receberam propostas. Os quatro laboratórios produtores alegam falta de matéria-prima. A situação começou a atingir outras unidades da federação e também afeta outros países.

 

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