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Francês que decapitou chefe em fábrica comete suicídio na prisão

Seu crime, que chamou a atenção para a segurança nas fábricas industriais na França, se somou à lista de atentados que afetaram o país em 2015, desde os ataques de janeiro contra a revista Charlie Hebdo e um supermercado judeu em Paris até os ataques de 13 de novembro, também na capital francesa.

Yassin Salhi cometeu suicídio em uma cela de isolamento, informou uma fonte penitenciária. A mesma fonte disse que o detento não havia sido classificado como um preso com tendência suicida. Salhi, de 35 anos, teria usado um cabo elétrico para se enforcar.

Yassin Salhi estava detido desde junho, quando decapitou o chefe, Herve Cornara, e colocou a cabeça da vítima em uma grade, ao lado de bandeiras com frases relacionadas ao islã. Ele confessou o crime, mas negou qualquer motivação religiosa e disse que agiu por divergências profissionais.

O criminoso, no entanto, havia sido acusado por terrorismo e a promotoria informou que depois de decapitar o patrão, Salhi enviou uma foto da cabeça para um francês que estava na Síria para pedir que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) divulgasse a imagem.

Selfie – De acordo com os investigadores, em 26 de junho de 2015 Yassin Salhi deixou o apartamento em que morava com a mulher e os três filhos durante a manhã e seguiu para a sede da empresa Colicom, a sudeste de Lyon. Ele carregava uma faca e uma carabina de ar comprimido.

Na sede da Colicom, ele colocou os botijões de gás que deveria entregar em seu carro e aguardou a chegada de Cornara, com quem protagonizara uma forte discussão dois dias antes. Ele obrigou o chefe a entrar no automóvel, depois o agrediu e o estrangulou. Em seguida, dirigiu para uma central de gás industrial, onde decapitou a vítima e colocou sua cabeça em uma grade.

Ele tirou diversas fotografias, incluindo uma ‘selfie’ macabra ao lado da vítima, que enviou a um amigo na Síria. Posteriormente avançou com o carro contra a fábrica e provocou uma explosão, que rapidamente foi controlada pelos bombeiros, enquanto Salhi gritava “Allahu Akbar” (Deus é grande).

O atentado “corresponde exatamente às ordens do Daesh” (acrônimo do Estado Islâmico), afirmou na época o procurador de Paris, François Molins, citando em particular o desejo de Salhi de “obter máxima publicidade para o seu ato”.

O grupo jihadista EI reivindicou os atentados de 13 de novembro em Paris que deixaram 130 mortos e centenas de feridos. Nove autores dos ataques morreram, mas um suspeito, considerado chave, Salah Abdeslam, permanece foragido.

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