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MP aponta superfaturamento no gramado do estádio de Brasília

Órgão ajuizou ação de improbidade contra ex-gestores da Novacap.  Mais cara da Copa, arena custou R$ 1,7 bilhão, diz Tribunal de Contas.

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Gramado do Estádio Nacional Mané Garrincha

Na ação, os promotores destacam estudo comparativo feito pelo Tribunal de Contas do DF que apontou disparidade entre os valores cobrados pela Greenleaf no DF e nas demais arenas construídas para a Copa do Mundo. O estudo demonstra que o custo do gramado da arena Amazônia e do Maracanã corresponderam a 58% e 69% do preço cobrado na capital federal, respectivamente.

O MP afirma que durante o processo licitatório foram realizadas alterações quantitativas e qualitativas após a contratação da empresa, “que culminaram na quebra da isonomia da licitação e elevaram o custo do contrato de R$ 5,9 milhões para 6,6 milhões”.

A ação foi protocolada na última sexta-feira (18) e divulgada nesta segunda (21). O Ministério Público diz que o serviço mais caro do contrato se refere ao aluguel do equipamento de iluminação suplementar artificial que foi cedido à Greenleaf pelo Botafogo por R$ 36 mil por mês e repassado ao GDF por R$ 219 mil mensais, em um custo total de mais de R$ 1 milhão.

De acordo com o MP, também foram identificadas alterações em “elementos fundamentais da contratação”, como o tipo de plantio e a espécie de grama, o que gerou um acréscimo de 663% no valor do serviço. A grama plantada passou de R$ 12,44 m² para R$ 82,60 m², diz a ação. O MP declara ainda que as mudanças ocorreram em desacordo com orientações da Fifa.

Foram identificadas irregularidades também nos jogos de planilha relativos a supressões de quantitativos de serviços e a antecipação ilegal de pagamentos por material posto na obra. O MP diz ter constatado “falta de planejamento e gestão ineficiente da Novacap no que tange aos diversos contratos relativos ao estádio e a falta de capacitação de seus funcionários para a manutenção do gramado”.

Cobertura
Na semana passada, o Ministério Público abriu inquérito para apurar supostas irregularidades na instalação e contratação da cobertura do Estádio Nacional de Brasília. Em uma portaria publicada no Diário Oficial em 15 de setembro, o órgão informou que vai investigar a realização, a execução, as medições e os pagamentos da obra.

Segundo o governo, o valor do contrato da cobertura do Estádio Nacional foi de R$ 173,91 milhões. Durante a obra, foram feitos mais três aditivos. Com isso, o investimento total superou R$ 241,58 milhões.

Com custo estimado pelo Tribunal de Contas do DF em R$ 1,7 bilhão, o Estádio Nacional Mané Garrincha foi o mais caro construído para a Copa do Mundo. O valor é 153% maior do que os R$ 670 milhões previstos inicialmente no projeto.

Entre as suspeitas de superfaturamento levantadas pelo órgão estão “equívocos” no transporte de materiais pré-moldados, que foi calculado como se ocorresse entre Goiânia e Brasília (240 quilômetros), quando na verdade a fábrica fica próxima ao estádio (1,5 quilômetro). Com isso, o custo do transporte cobrado do GDF foi de R$ 592 por metro cúbico, quando deveria ser de R$ 3,70. Somente neste caso, o prejuízo foi estimado em R$ 879 mil.

 

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