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Ex-diretor do DFTrans dá atestado e não comparece à CPI dos Transportes

Deputados da CPI decidiram que vão ouvir o advogado e depois Campanella

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A CPI dos Transportes marcou o depoimento de Sacha Reck para o dia 1º de outubro. O advogado é apontado como o pivô da polêmica licitação do Transporte Público, feita na gestão de Agnelo Queiroz. Também na sessão de ontem, os deputados distritais aguardavam a fala do ex-diretor do DFTrans, Marco Antônio Campanella, convocado oficialmente para prestar esclarecimentos. No entanto, com a justificativa de um atestado médico, ele não compareceu.

Na visão do presidente da CPI, deputado Bispo Renato, o depoimento de Reck será determinante para as investigações. “Não tenho dúvida nenhuma. O Sacha Reck está em todos os momentos da CPI. Foi amigo de todo mundo dentro do governo. Causa estranheza em tudo isso, que ele esteja em todo tempo participando de tudo. Desde a elaboração do projeto, passa pela licitação, pós licitação e além de advogar para as empresas do transporte público coletivo do Distrito Federal. Isso é informação privilegiada”, comentou.

Para Bispo Renato, existem grandes possibilidades de que Sacha tenha transmitido ou colaborado para circulação de dados estratégicos.

Sem andar

Pouco antes do começo da CPI, a defesa do ex-diretor do DFTrans apresentou um atestado médico justificando a falta. Segundo o documento, o ex-diretor teria sido submetido a uma cirurgia no fêmur e não poderia de locomover.

A CPI decidiu então aguardar a recuperação de Campanella. O relator, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB) chegou a sugerir que a comissão fosse até a casa do ex-diretor para colher o depoimento. No entanto, os distritais decidiram confiar na boa fé de Campanella e aguardar a sua recuperação.

“O Campanella, se ele quiser falar, ele tem muito coisas para dizer. Ele foi alijado do processo licitatório. Por que alijaram ele? Deveriam ter deixado o DFTrans participar do processo de licitação”, questionou Bispo Renato.

Segundo o distrital os documentos colhidos até o momento apontam que o DFTrans foi posto para escanteio durante a transição do sistema de Transporte Público. “Por que deixaram ele de fora? Por que ele sabia demais? Por que tinha um bolo para ser repartido?”, questionou.

Pontos falhos

O sistema anterior consumia R$ 40 milhões, por mês. Após a mudança, o GDF passou a pagar R$ 120 milhões mensais.

O novo modelo retirou mil ônibus de circulação.

Redução do espaço interno dos ônibus.

No novo modelo manteve-se um grave perigo ao motorista: a manutenção do motor à frente,o que causa problemas de saúde.

Elo com o GDF presta depoimento

Na falta de Campanella, a CPI ouviu somente o ex-gerente da Unidade Especial de Gerenciamento do Programa, Luis Augusto Pinto. Luis Augusto foi responsável pela contratação da empresa que empregava Sacha Reck para prestar consultoria para o GDF dentro do processo de reformulação do sistema. Para os distritais, o ex-gerente era um dos principais elos entre advogado e o GDF.

Segundo Raimundo Ribeiro, Luis Augusto poderá responder por improbidade administrativa, pelo fato de não acatado um parecer da Procuradoria do DF na época da elaboração da licitação.

Ao longo de mais de duas horas de depoimento, o ex-gerente negou qualquer irregularidade. Afirmou que os contratos produzidos foram bons e o novo sistema seria eficiente e econômico, caso fosse gerenciado de forma correta. Para Luis Augusto, os problemas atuais são decorrentes de falhas na gestão.  Os argumentos convenceram o deputado Ricardo Vale (PT), mas não sensibilizaram Bispo Renato. “Esse filho foi concebido para não crescer”, afirmou.

Personagens

Para Raimundo Ribeiro, a mudança do sistema foi danosa para os cofres públicos, mas considera que ainda é preciso colher mais informações para apontar de forma clara os principais personagens deste caso.

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