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Em meio à sujeira, existem brasilienses que trabalham para a limpeza urbana

Ações que contribuem para a limpeza urbana. Em Ceilândia, cooperativa trata 200 toneladas de lixo por mês. No Guará, empresa cria laboratórios de informática a partir dos dejetos

A limpeza urbana do Distrito Federal coloca em xeque a falta de políticas públicas, de gestão administrativa e, sobretudo, de consciência ambiental do cidadão. A capital é palco para o antagonismo de dois grupos: os que desejam uma cidade mais limpa e os que descartam 722 mil toneladas pelas ruas — quantidade recolhida no ano passado pelo SLU. Em meio à sujeirada do brasiliense, algumas boas ações contribuem para preservar o espaço asseado e propício ao convívio coletivo.

Em Ceilândia, a Associação Recicle a Vida trata cerca de 200 toneladas por mês. São garrafas pet, papelão e lixo eletrônico, entre outros materiais rejeitados pela sociedade. A entidade é a única do Centro-Oeste que tem uma máquina capaz de reciclar isopor. A falta de incentivo do governo ainda é uma barreira, mas, para o secretário institucional da entidade, Cleusimar Andrade, o maior problema é a falta de consciência ambiental do brasiliense. “As pessoas não têm preocupação com o que vai ser feito a partir do momento em que elas jogam o lixo na rua. Não pensam no que aquilo pode causar à sociedade. Nosso trabalho entra na lacuna da consciência do cidadão”, descreve.

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Catadores têm o trabalho de separar os dejetos, o que deveria ser feito pelos moradores na hora do descarte

coleta seletiva é alvo de críticas. Segundo Andrade, a separação dos dejetos ainda é realizada de maneira precária. Ao todo, o GDF descarta na associação quatro toneladas de materiais, mas metade não tem condições de ser reaproveitada. “Temos que pagar para retirarem o rejeito daqui. O que era para ser uma atividade parceira acaba gerando prejuízo às cooperativas”, reclama.

A 25km do centro de Brasília, em Taguatinga, a aposentada Lucinete Alves Aguiar, 63 anos, não descuida do lixo. Na casa dela, na QNE 12, os materiais são lavados e acondicionados da forma correta para a coleta seletiva. E até o óleo da pia é descartado de modo apropriado. “Temos que nos preocupar com o futuro. É uma questão de pensar em filhos e netos. Falta de estudo não é desculpa, não tenho o ensino médio completo e faço a minha parte. Mesmo que, no percurso, o trabalho se perca, eu colaborei”, explica. Por lá, o óleo é transformado em sabão caseiro em vez de ir ralo abaixo. Segundo estudos da ECycle, organização não governamental que trabalha questões ambientais, 50mg de óleo provocam a poluição de mais de 25 mil litros de água.

CB
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