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Estratégia para 2018 divide o PSDB

Alckmin usará a propaganda, na quarta-feira, para se apresentar como opção à “paralisia nacional”.

São Paulo. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), inicia nesta semana a segunda fase de uma operação cujo objetivo é firmar seu nome como pré-candidato à próxima eleição presidencial, em 2018. Na quarta, Alckmin usará a propaganda partidária do PSDB na televisão para se apresentar como o administrador de um Estado que avança em contraponto à “paralisia nacional”. Na sexta, ele lançará uma das principais obras de sua gestão, o trecho leste do Rodoanel.

Há uma semana, o diretório paulista do PSDB lançou Alckmin para presidente, causando desconforto em alas alinhadas com o senador Aécio Neves (MG), que desponta ao lado do governador como opção da sigla para 2018.

Parlamentares próximos ao senador mineiro, que perdeu para a presidente Dilma Rousseff a eleição de 2014, dizem que a ofensiva precoce de Alckmin pode tirar o foco do que hoje deveria ser o principal objetivo do partido: o desgaste do governo e do PT.

Há dois meses, o governador passou a cumprir agenda política intensa. Em Brasília há duas semanas, Alckmin promoveu um jantar para 30 deputados, de diversos Estados e oito partidos diferentes.

O paulista também tem buscado informações sobre a situação econômica do país. Convidou recentemente para uma conversa no Palácio dos Bandeirantes o economista Eduardo Gianetti, que assessorou Marina Silva (PSB) na corrida presidencial de 2014.

O vice de Alckmin, Márcio França, presidente do PSB em São Paulo, trabalha para costurar o apoio da sigla a uma futura candidatura. “Não descarto que, se ficar sem espaço no PSDB, ele mude de legenda”, diz um dirigente do PSB.

Aécio tem tratado o assunto com cautela. Aos aliados diz que não vai cair na “armadilha” de um embate precoce com Alckmin. No fim deste mês, o senador planeja uma série de viagens pelo país, começando por Manaus, a pretexto de agradecer os votos que recebeu em 2014.

Aécio também busca reafirmar alianças. Em conversas recentes com políticos de Belo Horizonte, sugeriu que pode apoiar o prefeito Marcio Lacerda (PSB) se ele quiser se lançar para o Senado ou até mesmo ao governo de Minas em 2018.

Se conseguir manter a seu lado o prefeito, um aliado histórico dos tucanos mineiros, Aécio pode dividir a atenção do PSB entre ele e Alckmin.

Surgiu ainda no PSDB um terceiro elemento, o senador José Serra (SP), que aposta na produção de agenda própria no Congresso e alianças inesperadas para se diferenciar dos dois nomes que hoje dominam os debates no PSDB.

Ridículo

Ansiedade. Atual senador, José Serra disse que políticos que perdem a ansiedade deveriam deixar a política. Em acrescentou: “Não vou dizer que não sou candidato. Seria ridículo”.

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