O senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL) criticou em plenário nesta segunda-feira (9) a atuação do Ministério Público Federal (MPF) e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na condução das investigações da Operação Lava Jato.
Collor é uma das 49 pessoas – das quais 47 políticos – suspeitos de participação no esquema de corrupção da Petrobras que tiveram inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Alberto Youssef, um dos delatores do esquema, disse em depoimento que o senador e ex-presidente da República recebeu cerca de R$ 3 milhões em propina em um negócio da BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
“Há quase um ano o país tem vivido, de um lado, um clima de expectativa e espera e, de outro, de apreensão e desconfianças institucionais em relação ao andamento e aos desfechos das apurações da chamada Operação Lava Jato”, disse.
“Este cenário, num clima de terra arrasada, vem sendo demasiadamente corroborado pela atuação do próprio Ministério Público, especialmente quanto ao suposto envolvimento de autoridades e agentes políticos”, criticou Collor.
“Ao fomentar a expectativa e a ansiedade da população, estará de fato seu comando exercendo suas atribuições com idoneidade, sensatez, responsabilidade e, principalmente, com estoicismo? Ao longo de todo esse processo de investigação, bastava ao Ministério Público se utilizar de um simples instrumento, uma justa medida de bom senso e prudência nesses casos: a oportunidade de esclarecimentos prévios.”, completou o senador.
O senador também disse “lamentar” a atuação “parcial” e “irretratável” de um “grupelho instalado no MPF que passou a premeditar a atuação doprocurador-geral da República”.
“Na prática da Justiça, listas de nomes sem provas não significam absolutamente nada. […] Que credibilidade e veracidade supremas podem haver nas palavras de notórios contraventores da lei?”, questionou o senador.
“Enfim, em prol da transparência publica, agiu corretamente o ministro Teori Zavascki em quebrar o suposto sigilo dos inquéritos. Agora, todos os citados poderão oferecer os seus esclarecimentos”, concluiu em seu discurso.
Fonte: G1