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Análise: Inflação preocupa e mercado já espera IPCA de 5% em 2025

O índice de difusão do IPCA-15 de dezembro chegou a 60,5%, nível compatível com inflação acima de 5%

O que distingue os grandes investidores globais, especialmente os americanos, dos brasileiros é o planejamento de longo prazo e a alocação muito diversificada em diversas classes de ativos e geograficamente bem distribuída. (Stock/Getty Images)

O resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de 2024, que chegou a 4,71% no acumulado do ano, acendeu o sinal de alerta de quem acompanha a inflação brasileira.

Apesar do índice de dezembro, que registrou alta de 0,34%, apresentar uma desaceleração em relação a novembro (+0,62%) e ao mesmo mês do ano passado (+0,40%), a composição qualitativa dos dados chamou a atenção do mercado.

Em relatório aos clientes, o Santander afirmou que o resultado de bens industriais básicos e os serviços básicos superaram as expectativas.

“O primeiro foi devido aos descontos menores do que o esperado na Black Friday, principalmente em vestuário e celulares. O segundo foi impulsionado principalmente pelos serviços de alimentação, uma vez que os estabelecimentos repassaram o aumento dos preços do gado aos consumidores, embora não se limitasse a esse fator”, afirmou a instituição financeira, no relatório.

Segundo o banco, a atividade econômica aquecida e a baixa taxa de desemprego contribuíram para a aceleração em todos os componentes de serviços.

Outro ponto de atenção que chamou a atenção dos analistas da instituição financeira foi a taxa de difusão do IPCA. Esse indicador contabiliza o total de itens que registraram alta. Segundo o Santander, o índice de difusão chegou a 60,5%, nível compatível com inflação acima de 5%.

Com isso, o banco projetou que a inflação deve alcançar entre 5,5% e 6% nos primeiros meses do próximo ano.

Para o Itaú Unibanco, o câmbio apreciado e a inflação de serviços pressionada pelo desemprego em baixa levará a inflação para 5% no fim de 2025.

A economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória, afirmou que o IPCA seguirá em aceleração até atingir o pico de 5,3% em abril de 2025, para fechar o ano em 4,9%.

“A desvalorização cambial nos últimos meses, devido ao cenário de maior aversão a risco, deve ser o principal fator para a reaceleração da inflação”, afirmou a economista.

Segundo ela, no ambiente de crescimento econômico ainda robusto e mercado de trabalho aquecido, os reajustes de preços tendem a se intensificar no começo de 2025.

A economista só espera o efeito do maior aperto monetário na desaceleração da inflação no segundo semestre de 2025.

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