Funcionários de construtora em Santa Maria (RS) também procuraram advogados trabalhistas para cobrar salários atrasados e direitos pendentes
Pelo menos 17 pessoas já deram entrada em ações indenizatórias na Justiça contra a Conceitual Construtora, suspeita de vender os mesmos apartamentos para mais de um comprador em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Os compradores prejudicados formaram uma associação, que já conta com aproximadamente 40 integrantes. As informações são da RBS TV, afiliada da Rede Globo na região.
Segundo a reportagem, há a suspeita de que algumas propriedades possam ter até quatro diferentes compradores, gerando uma preocupação em entidades ligadas à construção civil na região para uma possível crise imobiliária.
À RBS TV, a família do falecido fundador da Construtora, Paulo Bertoldo Moura, revelou que só tomou conhecimento da situação após a morte do empresário, ocorrida em novembro de 2023. Agora, os herdeiros afirmam que realizam uma análise financeira para determinar as medidas jurídicas a serem adotadas.
Samir Samara, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Santa Maria, afirmou que o caso pode gerar desconfiança das pessoas para futuras compras no setor. “A gente não tem conhecimento no Brasil de um volume tão grande assim de pessoas que compraram e tiveram esse problema”, explicou.
Ele aconselha futuros compradores a realizarem uma pesquisa detalhada sobre a empresa, verificando o histórico de entrega de imóveis no prazo prometido e a aprovação dos órgãos competentes.
Funcionários também buscam direitos
Ainda de acordo com a reportagem, além dos compradores lesados, trabalhadores da Construtora também buscam por seus direitos. Após o falecimento do proprietário em novembro, os funcionários continuaram a se dirigir às obras, aguardando orientações que nunca chegaram. Diante da ausência de demandas e salários, a produção foi interrompida.
Aproximadamente 40 trabalhadores buscaram a assistência de advogados trabalhistas para cobrar salários atrasados e direitos pendentes, como pagamento de férias e rescisão contratual.
O advogado trabalhista Antônio Camargo, que representa esses trabalhadores, enfatizou à TV a preocupação com essas famílias humildes. “São trabalhadores humildes, de famílias com poucas condições financeiras, então a nossa preocupação enquanto advogados trabalhistas foi de garantir o mínimo para que eles possam dar sequência na vida deles e posteriormente a gente vai discutindo essas outras verbas trabalhistas”, disse ele à TV.
O portal tentou contato com a Construtora, mas não obteve nenhum retorno até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Os trabalhadores, em busca de reparação, também encaminharam ações judiciais para regularizar suas carteiras de trabalho.