Messias Donato se pronunciou no Plenário e disse ter se sentido “muito humilhado” com o ocorrido
O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) se emocionou ao discursar no Plenário da Câmara, nesta quarta-feira (20), após ser agredido pelo também deputado Washington Quaquá (PT-RJ) durante a sessão de promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária no Congresso nesta quarta.
Em sua fala, Donato disse ter se sentido “muito humilhado” com o ocorrido e falou que está tomando as providências cabíveis em relação ao caso. O deputado do Republicanos também declarou que não conhecia Quaquá e que sequer tinha ouvido falar dele.
– Esta Casa não é para isso [agressão], não é um ringue. A discussão, a briga, é no campo de ideias, onde cada um fica nas trincheiras que defende. Eu não tenho culpa, senhor presidente, se eu defendo a vida, se eu defendo a família, se eu defendo os valores cristãos – ressaltou.
O deputado, que se emocionou algumas vezes durante seu pronunciamento, disse que não irá se curvar diante do acontecido e pediu que o comportamento protagonizado por Quaquá nesta quarta não se estenda para fora do Congresso Nacional.
– Eu só peço uma coisa aos brasileiros, às pessoas de bem: independentemente daquilo que você defende, independentemente da trincheira pela qual você dá a vida, o comportamento desse indivíduo, que eu não posso chamar de parlamentar, não pode ser copiado deste Congresso, desta Câmara, para ser levado para as ruas do nosso Brasil – destacou.
Por fim, Donato agradeceu as mensagens de solidariedade que recebeu após a agressão sofrida e pediu que valores como a vida, a família, a liberdade e a pátria sejam reconhecidos.
– Quero dizer que eu sou semente, semente de um Brasil que sonhou, semente de um Brasil que não pauta essas coisas que destroem a primeira infância, semente de uma liderança que nos ensinou que devemos valorizar a vida, a família, a nossa liberdade e a nossa pátria – finalizou.
Confira, na íntegra, o discurso de Messias Donato:
Todo Deputado passou nas suas comunidades, na sua cidade, no seu estado falando de suas pautas, falando daquilo que iria defender no Congresso Nacional. Por onde passei, sempre falei que eu seria uma voz em defesa da vida, uma voz em defesa da família, uma voz em defesa dos valores cristãos, uma voz em defesa da nossa tão sonhada liberdade.
É sabido de todos os deputados ao adentrar o Plenário, principalmente os mais experientes, que vêm de outros mandatos, que os deputados que querem se manifestar sobre as pautas de esquerda, que querem ter a sua voz e as suas manifestações, sentam-se do lado esquerdo; e os deputados que defendem pautas de valores, de costumes, de segurança pública e tantas outras pautas conservadoras sentam-se do lado direito para fazer suas manifestações.
Eu confesso que não conhecia esse deputado, que nunca ouvi falar dele. Respeito e tenho amigos com quem convivo e de cujas ideias divirjo aqui no Parlamento e nas comissões, deputados que estão e que são de esquerda, mas que são pessoas decentes.
Mas, ao mesmo tempo, hoje eu me senti muito humilhado. Nós temos aqui o DEPOL, que é a Polícia Legislativa, formado por pessoas que estão aqui para trazer segurança, e, ao mesmo tempo, um Parlamentar, que passou pelas urnas, atravessa todo o Plenário com o celular na mão, dirigindo-se a um grupo de pessoas, entre elas deputadas e deputados que estavam ao meu lado — as imagens mostram —, e diz palavras de baixo calão, que em respeito às mulheres que aqui estão e àqueles que estão assistindo eu não irei repetir. Foi quando eu coloquei a mão esquerda à frente para pedir que ele parasse — quem me conhece aqui, no dia a dia, sabe que eu sou um apaziguador, que eu sou uma pessoa do bem, do deixa disso, não de briga — e fui surpreendido com um tapa na face direita, na qual na segunda-feira eu fiz uma cirurgia com meu cirurgião dentista, conforme os documentos mostram.
É um absurdo, senhor presidente. Eu estava tomando as providências cabíveis, que precisam ser tomada porque este Parlamento precisa dar uma resposta para os cariocas, que tiveram o desprazer de eleger esse cidadão, para os brasileiros, para os capixabas e para a minha cidade de Cariacica, de onde eu vim. Eu estava fazendo os procedimentos jurídicos cabíveis, quando me deparei com uma reportagem em que ele falou, senhor presidente: “Eu bati mesmo; e, se eu puder, eu bato de novo”.
Esta Casa não é para isso, não é um ringue. A discussão, a briga é no campo de ideias, onde cada um fica nas trincheiras que defende. Eu não tenho culpa, senhor presidente, se eu defendo a vida, se eu defendo a família, se eu defendo os valores cristãos. Eu não tenho culpa.
Eu sempre falo que quem tem preço se vende. Por alguma questão, isso é, entre aspas, “do jogo”, mas quem tem raiz e valores não se curva para essas benesses. Eu não vou me curvar.
Então, senhor presidente, eu quero só tranquilizar a minha família, os meus filhos, a minha cidade de Cariacica, o estado do Espírito Santo, e dizer que fiquei muito feliz porque eu recebi o consolo de muitos senadores aqui ao lado, o consolo de muitos deputados que se denominam de esquerda, mas entendem essa questão de posicionamento de centro-direita do meu partido.
Quero também dizer o seguinte, senhor presidente: nós não iremos nos calar. O deputado ir a um veículo de comunicação e dizer que ele fez e fará de novo? Eu confesso que tenho medo de sair daqui. Além das agressões físicas, que foi um tapa que eu recebi no meu rosto, além da agressão psicológica, porque eu não sei de onde pode vir esse deputado novamente, eu confesso que estou muito abalado psicologicamente, porque eu não sei… Agora, voltando para casa, eu não sei… Ele falou que ele fez e que ele fará de novo.
Eu só peço uma coisa aos brasileiros, às pessoas de bem: independentemente daquilo que você defende, independentemente da trincheira pela qual você dá a vida, o comportamento desse indivíduo, que eu não posso chamar de parlamentar, não pode ser copiado deste Congresso, desta Câmara, para ser levado para as ruas do nosso Brasil.
Peço desculpas… Eu quero agradecer aos deputados que, independentemente da coloração partidária, estiveram aqui oferecendo solidariedade. Eu também quero agradecer a Deus e à minha família. Agradeço ainda ao presidente que dirige esta sessão neste momento pela sensibilidade.
Quero dizer que eu sou semente, semente de um Brasil que sonhou, semente de um Brasil que não pauta essas coisas que destroem a primeira infância, semente de uma Liderança que nos ensinou que devemos valorizar a vida, a família, a nossa liberdade e a nossa pátria. Obrigado, senhor presidente.
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