“Eu sou humana. Damos o máximo que podemos pelo tempo que podemos e então é hora. E para mim, chegou a hora”, explicou a premiê
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A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta quinta-feira, 19, que deixará o cargo em fevereiro.
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“Para mim, chegou a hora”, declarou ela em uma reunião com membros de seu Partido Trabalhista. “Não tenho mais energia para mais quatro anos.”
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Ardern, que se tornou primeira-ministra em um governo de coalizão em 2017 e conduziu seu partido de centro-esquerda a uma ampla vitória nas eleições três anos depois, viu seu partido e sua popularidade pessoal caírem nas pesquisas recentes.
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Em sua primeira aparição pública desde que o Parlamento entrou em recesso há um mês, ela afirmou no encontro anual do Partido Trabalhista que durante esse intervalo esperava encontrar energia para seguir na liderança, mas não conseguiu.
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Ardern disse que a próxima eleição geral será realizada em 14 de outubro, e até lá continuará como membro do Parlamento.
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A governante disse nesta quinta-feira que estava orgulhosa das ações de seu governo para tornar as moradias mais acessíveis, combater as mudanças climáticas e a pobreza infantil.
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“E fizemos isso respondendo a algumas das maiores ameaças à saúde e ao bem-estar econômico de nosso país desde a Segunda Guerra Mundial”, disse ela.
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Embora as últimas pesquisas indiquem que uma coalizão dos partidos de centro-direita National e Act vencerá a eleição, Ardern garantiu que esse não é o motivo de sua renúncia.
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“Não estou saindo porque acredito que não podemos vencer a próxima eleição, mas porque acredito que podemos e iremos”, declarou.
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“Já era hora. Ela prejudicou a economia e os preços dos alimentos dispararam”, disse Esther Hedges, de 65 anos, moradora da cidade de Cambridge, na ilha norte do país.
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Mas Cristina Sayer, de 38 anos, considerou Ardern “a melhor primeira-ministra que já tivemos”. “Gosto do tipo de pessoa que ela é, ela se preocupa com as pessoas. Lamento vê-la partir”, acrescentou.
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Segundo Ardern, sua renúncia entrará em vigor até 7 de fevereiro e a convenção trabalhista votará em um novo líder em 22 de janeiro. O vice-primeiro-ministro Grant Robertson indicou que não apresentaria seu nome.
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Ardern garantiu que não há segredo por trás de sua renúncia.
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“Eu sou humana. Damos o máximo que podemos pelo tempo que podemos e então é hora. E para mim, chegou a hora”, explicou a premiê.
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“Estou saindo porque com um trabalho tão privilegiado vem uma grande responsabilidade. A responsabilidade de saber quando você é a pessoa certa para liderar – e também quando não é.”
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Quem é Jacinda Ardern?
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Jacinda foi vitoriosa em duas eleições no país. Na primeira vez, em 2017, ela tinha 37 anos e se tornou a mais jovem líder de um país, de acordo com a BBC. A última vitória foi em 2020.
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Ela ganhou destaque no cargo por uma série de episódios que consolidaram sua imagem como uma líder progressista e sensível. No segundo ano de mandato, engravidou e não abriu mão de tirar seis semanas de licença-maternidade – deixando o vice assumir o governo.
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Ao voltar, Jacinda levou a filha à Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Enquanto a mãe discursava no púlpito a outros chefes de Estado, Neve ficou no colo do pai, o apresentador Clarke Gayford.
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Em 2019, Jacinda foi elogiada ao transmitir sentimentos de conciliação e união nacional a uma população traumatizada com o massacre de 51 pessoas por um extremista em duas mesquitas na cidade de Christchurch. Após a matança, armas semiautomáticas foram banidas no país.
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No ano seguinte, ela levaria o Partido Trabalhista a uma vitória histórica, com ampla vantagem sobre a oposição do Partido Nacional. No segundo mandato, se projetaria com a forma como lidou com a gestão da pandemia de covid-19.
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Embora conhecida por promover causas progressistas, como os direitos da mulher e a justiça social, Jacinda enfrentou críticas internas de que seu governo falhou em cumprir transformações sociais.
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Nos últimos meses, a primeira-ministra enfrentou os índices mais baixos de popularidade desde que chegou ao poder. Sondagem divulgada em dezembro pela Kantar One News Polling apontou que só 29% da população escolheria Jacinda para ocupar o cargo mais uma vez – dias antes do pleito de outubro de 2020, quando foi reeleita, esse índice era de 55%.
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No mês passado, a primeira-ministra admitiu em entrevista que o momento era desafiador para a sua administração, mas fez críticas à oposição que, segundo ela, não apresentava propostas para lidar com os problemas do país.
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A turbulência política se soma à econômica, posto que a Nova Zelândia pode entrar em recessão neste ano. No mês passado a inflação anual estava em 7,2%, o maior índice em quase 30 anos, e os custos da comida, de aluguéis e da gasolina, em alta. (Com agências internacionais).
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(Com AFP e Estadão)
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