Acordos de Minsk foram usados por Kiev para ganhar tempo de se rearmar, diz ex-presidente da Ucrânia

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A admissão confirma as suspeitas expressas em março de 2022 pelo ex-presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, deposto em um golpe apoiado por Washington em 2014, de que Kiev e os aliados norte-americanos foram responsáveis pelo fracasso dos Acordos de Paz de Minsk de 2015 e pela escalada da crise de Donbass em um conflito Rússia-Ucrânia.

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© AFP 2023 / KIRILL KUDRYAVTSEV

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O acordo de paz de fevereiro de 2015 em Minsk foi apenas uma farsa que deu às autoridades ucranianas pós-golpe de Maidan tempo para se rearmar e criar uma coalizão anti-Rússia, admitiu o ex-presidente Pyotr Poroshenko.

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“Este documento deu à Ucrânia oito anos para construir [seu] Exército, para construir [a] economia e para construir [uma] coalizão global pró-ucraniana e anti-Putin”, disse Poroshenko em um documentário da BBC intitulado “Putin contra o Ocidente”.

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De sua parte, o presidente da Conferência de Segurança de Munique, Christoph Heusgen, ex-assessor de segurança da ex-chanceler alemã Angela Merkel, revelou que Poroshenko havia informado Berlim com preocupação sobre o estado lamentável das forças ucranianas lutando em Donbass depois que as milícias locais lhes infligiram uma grande derrota na cidade de Debaltsevo no inverno de 2015, deixando as linhas ucranianas à beira do colapso total.

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, não mediu palavras ao comentar a confissão de Poroshenko. “Nós, a pedido de nossos amigos egípcios, fornecemos informações detalhadas sobre os eventos relacionados à operação militar especial na Ucrânia, sobre os longos anos de sabotagem dos Acordos de Minsk que precederam a situação atual e que foram ativamente usados pelo regime ucraniano e países ocidentais que alimentaram este regime para se preparar para uma guerra contra a Rússia”, disse Lavrov, falando a repórteres ao lado do ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, em Moscou nesta terça-feira (31).

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“[Essas preparações] foram abertamente confessadas por aqueles que assinaram os Acordos de Minsk, o ex-presidente ucraniano Poroshenko, os ex-líderes da França e da Alemanha, sr. Hollande e sra. Merkel”, disse Lavrov. Agora, segundo o chanceler, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está “diretamente envolvida em uma guerra híbrida contra a Rússia” na Ucrânia.

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Esta é a segunda vez que Poroshenko admite abertamente que os Acordos de Minsk foram uma farsa. Em novembro, o ex-presidente disse a dois trolladores russos, que estavam se passando pelo ex-embaixador dos EUA na Rússia, que “precisava desses Acordos de Minsk para obter pelo menos quatro anos para formar as Forças Armadas ucranianas, construir a economia ucraniana e treinar o Exército ucraniano junto com a OTAN para criar as melhores Forças Armadas do Leste Europeu”.

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Junto com Poroshenko, Angela Merkel e o ex-presidente francês François Hollande também se apresentaram para admitir que Minsk foi uma manobra, não um desejo genuíno de alcançar a paz em Donbass.

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No mês passado, Merkel disse a repórteres que “o Acordo de Minsk de 2014 foi uma tentativa de ganhar tempo para a Ucrânia” e que Kiev “usou esse tempo para se fortalecer, como você pode ver hoje”.

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Separadamente, Hollande também revelou que, embora a Rússia tenha cumprido honestamente suas obrigações como fiadora do acordo, o acordo nunca foi sobre alcançar uma paz duradoura. “Desde 2014, a Ucrânia fortaleceu sua postura militar. De fato, o Exército ucraniano [de 2022] era completamente diferente do de 2014. Estava mais bem treinado e equipado. É um mérito dos Acordos de Minsk ter dado ao Exército ucraniano esta oportunidade”, disse Hollande.

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O presidente Putin, que também assinou os acordos, mostrou-se surpreso com a franqueza da chanceler, dizendo que “não esperava ouvir tal coisa” dela, porque “sempre partiu da ideia de que a liderança alemã se comporta com sinceridade conosco”.

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O presidente belarusso, Aleksandr Lukashenko, que sediou as negociações de paz na capital belarussa em 2015, chamou os comentários de Merkel de “não apenas repugnantes”, mas “abomináveis” e criticou a ex-chanceler por agir “de maneira mesquinha e desagradável”.

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Acordos de Minsk: por que eles falharam?

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Os Acordos de Paz de Minsk foram um cessar-fogo de treze pontos e um acordo de paz assinado pela Ucrânia e garantido pela Rússia, Alemanha e França, projetado para permitir que Kiev restaurasse seu controle sobre as regiões de Donetsk e Lugansk, em troca de autonomia constitucionalmente exigida. Kiev estagnou na implementação dos elementos políticos do acordo, enquanto as forças de Donbass na linha de contato acusaram os militares ucranianos de bombardeios e ataques de franco-atiradores e a implantação ilegal de equipamento militar pesado na zona tampão.

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No final do ano passado, em uma reunião com as mães dos militares russos que participaram da operação militar especial na Ucrânia, o presidente Putin disse que Moscou partiu “sinceramente” da ideia de que a paz em Donbass poderia ter sido alcançada por meio dos Acordos de Minsk, mas agora, pensando bem, “tornou-se óbvio que essa reunificação deveria ter acontecido antes”, em 2014, antes que a OTAN tivesse colocado suas garras na Ucrânia.

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