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Adolescente resgatada diz que era obrigada a fazer até 16 programas por noite em garimpos na Terra Yanomami

Menina relatou ao Conselho Tutelar rotina de exploração sexual após ser atraída com promessa para trabalhar como cozinheira na Terra Yanomami. Ela foi resgatada pela Polícia Federal durante fiscalização a barcos de invasores no rio Mucajaí.

Imagem ilustrativa mostra garimpo na Terra Yanomami — Foto: g1

A adolescente de 15 anos resgatada em um garimpo ilegal na Terra Yanomami, onde era obrigada a se prostituir, contou que tinha que fazer até 16 programas por noite. O relato foi dado ao conselheiro tutelar Franco Rocha, que acompanha o caso junto à Polícia Federal.

Levada ao garimpo com uma promessa de trabalhar como cozinheira, quando chegou na região foi obrigada a se prostituir. A menina foi resgatada pela PF durante um patrulhamento noturno no Rio Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami.

“Ela falou que enquanto estava lá, passava a noite inteira sendo explorada. Geralmente eram de 15, 16 programas por noite”, informou o conselheiro.

Garimpo ameaça indígenas isolados em área Yanomami — Foto: Leo Otero/Ministério dos Povos indígenas
Foto: Leo Otero/Ministério dos Povos indígenas

Ela estava na região de Walopali, onde há um ponto de fiscalização da PF contra os garimpeiros. O conselheiro acrescentou que a menina foi atraída pelas redes sociais com a promessa de receber até R$ 5.800 por mês. Esse valor seria pago em ouro ou dinheiro.

“Ela ficou animada pela quantidade de dinheiro. Eles foram buscá-la em casa dela, aqui em Boa Vista, em um carro super luxuoso. Inicialmente, ela ficou confiante que ia trabalhar na área da cozinha e que eles iam pagá-la. Quando chegou, a realizada foi outra. Eles a obrigaram a ir para os cabarés, inúmeros, lá dentro. E que se ela não fosse, iriam deixá-la rodada, como costumam dizer. Não iria pagá-la, e ainda corria o risco de ser assassinada porque eles a ameaçaram de morte. Então, ela não teve outra alternativa”, contra Franco, que ouviu a menina logo após o resgate.

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