O país europeu quer, junto com a Suécia, entrar na OTAN em resposta à suposta ameaça da Rússia, que iniciou uma operação militar especial na Ucrânia no início do ano.
O Ministério da Defesa da Finlândia anunciou que deu luz verde para os pedidos da Turquia de retirar as restrições não oficiais à venda de armas para o país nórdico poder aceder à OTAN.
“É possível que o governo trate desses pedidos antes das eleições da próxima primavera” europeia, em abril de 2023, disse Riikka Pitkanen, assessora especial do Ministério da Defesa, e sublinhou que a Finlândia considera a exportação de armas caso a caso.
Na semana passada Antti Kaikkonen, ministro da Defesa da Finlândia, pediu que o país mudasse sua política em relação ao laços com a Turquia.
“Pouco a pouco, temos que ser capazes de pensar na Turquia como um futuro aliado. Ela deve ser levada em conta como parte da consideração geral”, disse Kaikkonen enquanto discutia a exportação de armas.
“Olhamos para quem está encomendando o produto, que tipo de produto é e para que será usado”, explicou Pitkanen.
As diretrizes do governo afirmam explicitamente que a Finlândia não exporta armamentos para países em guerra ou em contravenção aos direitos humanos. No entanto, a coalizão governista de esquerda liderada pelos social-democratas exportou armas para a Ucrânia, apesar do conflito em curso, e para os Emirados Árabes Unidos e o Catar, que Helsinque criticou por violações dos direitos humanos, negadas veementemente por ambos os países.
Embora a Finlândia não tenha proibido formalmente a exportação de armas para a Turquia, desde 2019 que Helsinque não emite nenhuma nova licença de exportação para o país, em resposta às operações terrestres na Síria nesse ano contra as forças curdas, que Ancara considera como terroristas. A mesma política foi adotada pela vizinha Suécia, que também quer aderir à OTAN, mas foi revertida posteriormente.
No início deste ano, a Finlândia e a Suécia abandonaram sua histórica neutralidade militar, preservada durante toda a Guerra Fria, e pediram a adesão à OTAN, citando como pretexto a operação especial da Rússia na Ucrânia e a consequente “situação de segurança”.
Até agora, todos os 30 Estados-membros da OTAN, exceto a Hungria e Turquia, ratificaram sua adesão, para a qual é necessária a aprovação unânime. A Turquia, além de um fim do embargo de armas, exige a extradição de curdos que considera terroristas, enquanto Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, prometeu aprovar a adesão dos dois países no próximo ano.