No entanto, funcionários da UE especificaram à mídia que Bruxelas não poderia simplesmente confiscar os ativos russos para usá-los na Ucrânia porque o bloco adere ao princípio da imunidade do Estado — que se baseia na ideia de soberania, independência recíproca e igualdade jurídica.
Nos EUA, as autoridades expressaram hesitação semelhante. No mês passado, os legisladores propuseram então uma disposição no projeto de lei de Autorização de Defesa Nacional de 2023 para permitir a transferência de ativos russos para a Ucrânia, mas a ideia foi recebida com oposição em meio a temores de que a ideia não tivesse sido “totalmente discutida”.
As autoridades russas criticaram o congelamento de ativos e classificaram a medida como uma forma de “roubo”.
As ações do Ocidente também levaram os reguladores e bancos chineses a pensar em maneiras de manter seus próprios ativos escondidos no exterior de forma segura caso os EUA e seus aliados pensem em agir da mesma forma contra eles.
Estimava-se anteriormente que os ativos congelados da Rússia constituíssem cerca de metade do colchão de reservas de US$ 640 bilhões (aproximadamente R$ 3,3 trilhões) do país. De acordo com o relatório de final de ano do Banco Central para 2021, a maior parte de sua moeda estrangeira e ouro estava armazenada na China (16,8%), seguida pela França (9,9%), Japão (9,3%), Estados Unidos (6,4%), Reino Unido (5,1%), Canadá (2,7%) e Austrália (2,5%), com mais de 51% localizados em Estados que impuseram sanções a Moscou.