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China compra mais soja dos EUA e Brasil após queda de preços

Empresas chinesas encomendaram pelo menos 40 carregamentos dos EUA, Brasil e também da Argentina apenas nas últimas duas semanas

Soja: China compra mais soja dos EUA e Brasil após queda de preços (Lucas Ninno/Getty Images)

Por Tarso Veloso e Alfred Cang (Bloomberg), com a colaboração de Hallie Gu.

A China, maior compradora de soja do mundo, intensificou as importações para atender à crescente demanda antes de um período sazonalmente forte para o consumo.

Empresas chinesas encomendaram pelo menos 40 carregamentos dos EUA, Brasil e também da Argentina apenas nas últimas duas semanas, segundo pessoas familiarizadas com as transações.

Os compradores buscam aproveitar margens de processamento melhores e recompor estoques antes dos festivais chineses que vão do outono, que começa mês que vem no hemisfério norte, até o Ano Novo Lunar, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas.

A maioria dos embarques é para setembro e outubro, embora alguns tenham sido reservados para o próximo ano, disseram as pessoas. A soja é usada para fazer óleo vegetal e é uma importante fonte de proteína na alimentação animal.

A onda de compras deve ajudar a sustentar os futuros de soja em Chicago, que caíram cerca de US$ 3 desde que atingiram uma máxima de mais de US$ 17 o bushel em maio com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Também ajudará a absorver parte da colheita recorde prevista para os EUA.

As compras chinesas se desaceleraram no primeiro semestre do ano em meio a margens negativas para moagem de soja em farelo e óleo, o que diminuiu os estoques. Isso força as empresas a buscarem mais suprimentos, de acordo com Victor Martins, gerente sênior de risco da HedgePoint Global Markets no Brasil.

As empresas chinesas agora estão aumentando suas posições compradas, a fim de garantir melhores margens de moagem a termo, disse Martins. As compras também são um sinal claro de que a China está se protegendo contra problemas climáticos no Brasil, disse.

A soja norte-americana é atualmente a mais barata do mundo e permanecerá assim até meados de janeiro, quando a colheita brasileira se acelera. Mas há o risco de que ocorra um terceiro evento climático consecutivo de La Niña e a safra brasileira decepcione mais uma vez como no ano passado.

 

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