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MD russo obtém documentos que confirmam interação entre defesas da Ucrânia e EUA em armas biológicas

O Ministério da Defesa da Rússia relatou na quinta-feira (16) que desde 2015, quando começou o financiamento em grande escala dos projetos ucranianos pelo Pentágono, foram registrados múltiplos surtos entre os militares e civis nas repúblicas de Donetsk e Lugansk.

CC BY 2.0 / Tony Webster /
Assim, em 2016 a infecção por tularemia cresceu em 9,5 vezes, em comparação com 2007, especialmente alta foi a taxa de infecção entre os soldados, relatou a pasta.
A entidade relembrou que em diretivas da OTAN esta doença é considerada um dos agentes biológicos prioritários: foi exatamente ela que foi utilizada nos exercícios da aliança na Suécia, com o fato tendo sido confirmado em 2012.
Além disso, a partir de 2017, em 12 regiões ucranianas onde se encontram as instalações biológicas controladas pelo Pentágono, foram registradas dezenas de surtos da hepatite A: ficaram infectadas mais de 10.000 pessoas, na maioria dos casos a causa da doença não foi estabelecida, de acordo com o ministério.
Durante o briefing sobre laboratórios biológicos norte-americanos na Ucrânia, o MD russo também contou sobre o projeto P-268, cujo objetivo é o estudo de vírus capazes de infectar mosquitos Aedes, portadores de dengue, zika e febre amarela, e relembrou sobre os surtos dessas doenças em Cuba na época da Guerra Fria.
Conforme a pasta, os cientistas ucranianos participaram do projeto P-268, especialmente os da Universidade Nacional Taras Shevchenko em Kiev.

Igor Kirillov, chefe das Forças de Defesa Química, Biológica e Radiológica da Rússia, informou que os empregados do laboratório na povoação de Sorokovka, na região de Carcóvia, realizaram, no âmbito do programa biológico-militar dos EUA, testes de neuromoduladores altamente reativos que provocam danos irreversíveis no sistema nervoso central.
Segundo dados do MD russo, os experimentos eram realizados em pacientes dos hospitais psiquiátricos em Carcóvia desde ao menos o ano de 2011. Uma das curadoras do projeto, a norte-americana Linda Oporto Al-Haroun, visitou várias vezes o laboratório, construído com recursos do Departamento de Defesa dos EUA.
Kirillov apontou ainda que o próprio Washington admitiu a ligação entre o Pentágono e laboratórios biológicos na Ucrânia e nas repúblicas ex-soviéticas.
“Além disso, queria chamar sua atenção que em 9 de junho no site do Pentágono foi publicado um comunicado oficial sobre a atividade biológica dos EUA no território da antiga União Soviética. Neste comunicado, a administração norte-americana reconheceu o fato do financiamento de 46 laboratórios biológicos ucranianos e a ligação entre o Departamento de Defesa dos EUA com o Centro Científico e Tecnológico Ucraniano”, afirmou o representante.
A análise dos documentos sobre a atividade da Agência da Redução de Ameaças à Defesa (DTRA, na sigla em inglês) na Ucrânia mostra que uma de suas tarefas principais é a preparação e treinamento de epidemiologistas de campo, afirmou Igor Kirillov.
Na opinião da entidade, “as explicações” do Pentágono não respondem às verdadeiras questões, na verdade, os EUA estão reforçando o potencial biológico-militar, enquanto a Ucrânia desempenha o papel de polígono.

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