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Polícia aumenta fiscalização após tragédia com menina na Sapucaí

Levada em estado grave para o hospital, menina de 11 anos passou por cirurgia e teve uma das pernas amputada após ser prensada por um carro alegórico contra um poste de rua

(crédito: Reprodução /TV Globo)

O carnaval fora de época no Rio de Janeiro começou com uma nota trágica. Uma menina de 11 anos foi internada em estado grave e teve uma das pernas amputadas depois de ter sido prensada, na noite de quarta-feira, pelo carro alegórico da Em Cima da Hora, primeira das sete escolas de samba que passaram pela Marquês de Sapucaí no primeiro dia de desfiles. O acidente ocorreu no momento em que os integrantes da agremiação se retiravam do sambódromo.

Segundo testemunhas, a tragédia ocorreu enquanto a mãe da menina estava distraída assistindo ao desfile. A garota teria escalado um carro alegórico no momento em que o veículo manobrava na rua Frei Caneca. Ao passar por um trecho estreito, as pernas de Raquel Antunes da Silva foram prensadas contra um poste. Por conta do ocorrido, a via ficou interditada por cerca de uma hora, enquanto a polícia realizava perícia no local.

Ontem, a menina permanecia em estado grave e respirava por aparelhos no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Souza Aguiar, onde está internada. Ela passou por uma cirurgia que durou seis horas, teve uma parada respiratória e a amputação de uma das pernas.

Em nota, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) se solidarizou com a família de Raquel e afirmou que “os processos de aprovação das licenças de responsabilidade das escolas do grupo especial foram cumpridos”. A Liesa afirmou que todos os anos pede a atuação da segurança pública e “demais entidades no entorno da passarela do samba”. A reportagem contatou a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.

O carnaval carioca está sendo preparado desde janeiro deste ano, quando recebeu o aval do prefeito Eduardo Paes (PSB). A Polícia Militar do Rio informou, em nota, que mais de 10 mil policiais foram deslocados para fazer a segurança nos dias de carnaval no estado. “Somente a região central da capital terá um reforço extra de 3.291 policiais militares, com a missão de patrulhar o entorno do Sambódromo, onde haverá desfiles de quarta-feira a domingo, como também de outras áreas, como Central do Brasil, Lapa e Boulevard Olímpico”, diz o texto.

Segundo a corporação, a festa deste ano conta com novidades: o policiamento para os desfiles das escolas de samba no Centro terá a implantação de 49 pontos de bloqueio na região do Sambódromo e controle de passagem nos 10 pontos de acesso. Com isso, de acordo com a corporação, somente integrantes das escolas de samba, trabalhadores credenciados e espectadores com apresentação do bilhete podem atravessar as passagens. Além disso, o policiamento está reforçado por tropas especializadas, como o Bope e batalhão de cães.

Pelo Twitter, a Secretaria de Ordem Pública do Rio de Janeiro apontou que o primeiro dia dos desfiles resultou na prisão de uma pessoa e condução de outra para delegacia, “além de 111 ocorrências de auxílio a turistas em diversos locais da cidade”. Segundo a pasta, cerca de 380 itens com ambulantes sem autorização foram apreendidos e 538 multas de trânsito foram aplicadas.

Blocos na rua

Apesar de a prefeitura não autorizar oficialmente blocos de rua, cerca de 15 deles saíram ontem em diversas partes do Rio. O prefeito alertou sobre a questão. “O correto é não ter bloco! Não estão autorizados e não teremos a estrutura para a festa. A organização do carnaval de rua — iniciada em meu 1° governo — exige meses de preparação, algo difícil na imprevisibilidade dos tempos pandêmicos”, afirmou Paes, nas redes sociais.

No começo do mês, contudo, a prefeitura havia justificado falta de tempo hábil para o preparo, mas afirmado que não impediria as festas de rua. Até sábado, haverá mais desfiles. Hoje está prevista a apresentação de 13 blocos e amanhã, de mais nove.

Também em São Paulo houve desfile de blocos. Pelo menos quatro agremiações foram as ruas, dando início ao carnaval fora de época. O clima de euforia predominou, apesar do receio de que houvesse repressão da prefeitura, que não autorizou os desfiles independentes.

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