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GDF garante segurança alimentar e nutricional às famílias vulneráveis

Atuação intersetorial vai desde a produção do alimento até a entrega do Cartão Prato Cheio e a refeição servida nos restaurantes comunitários

Dia 16 de outubro é o Dia Mundial da Alimentação, data criada para reforçar a importância de manter uma alimentação saudável e garantir a segurança alimentar e nutricional. Para as famílias em vulnerabilidade social, o Governo do Distrito Federal (GDF) oferece uma rede ampla de proteção que vai desde a produção do alimento, por meio da agricultura familiar, até a entrega do Cartão Prato Cheio e a refeição que é servida nas unidades socioassistenciais e nos restaurantes comunitários.

Nos restaurantes comunitários do DF, o cardápio é preparado para garantir que as refeições sejam balanceadas | Foto: Renato Raphael/Sedes

Nos 14 restaurantes comunitários do Distrito Federal, todo o cardápio é preparado pelas empresas parceiras sob gestão da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) para garantir que as refeições sejam balanceadas, na quantidade correta, com todos os nutrientes necessários. Por dia, são servidas, em média, 22 mil refeições, ao custo de R$ 1 cada.

Sete restaurantes já estão servindo o café da manhã. Desde 2020, pessoas em situação de rua cadastradas pelas equipes de Abordagem Social podem fazer as refeições gratuitamente nas unidades.

Uma parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Social e da Agricultura também viabiliza a entrega das cestas verdes para os beneficiários do Cartão Prato Cheio, que concede crédito mensal de R$ 250 durante seis meses para as famílias comprarem alimentos.

O programa foi criado para atender a uma situação temporária de insegurança alimentar e nutricional. O benefício vale por seis meses. Para um novo atendimento, a família deve passar por uma nova avaliação com a equipe socioassistencial.

22 milrefeições, em média, são servidas diariamente nos restaurantes comunitários

As cestas verdes contêm frutas, legumes e verduras produzidos por agricultores familiares do DF e do Entorno. Até o fim do ano serão 40 mil beneficiários do Prato Cheio, por seis meses. Atualmente, são 20.959 novos beneficiários e 8.387 que já participaram do programa.

A Sedes também tem contratos para fornecimento de refeições nas unidades socioassistenciais, que incluem os dois Centros POP; o alojamento temporário do Abadião, em Ceilândia; os 16 Centros de Convivência e as seis unidades de acolhimento de execução direta da Sedes.

Também há oferta de cesta básica para aqueles que não atendem aos critérios do Cartão Prato Cheio e casos excepcionais. Recentemente, também foi criado o Cartão Gás, que fornece crédito mensal de R$ 100 para quase 70 mil famílias comprarem botijão de gás.

Confira a entrevista com a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, que explica como a rede de segurança alimentar e nutricional está estruturada no DF.

estruturada no DF.

A secretária Mayara Noronha Rocha observa que quando assumiu a Sedes, em abril de 2020, 8 mil pessoas recebiam a cesta básica in natura; hoje, 38 mil famílias recebem o benefício do Prato Cheio | Foto: Divulgação/Sedes

Qual o propósito da comemoração do Dia Mundial da Alimentação?
O Dia Mundial da Alimentação é comemorado no 16 de outubro e foi criado com o intuito de desenvolver uma reflexão a respeito do quadro atual da alimentação mundial. A data foi escolhida para lembrar a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), uma agência das Nações Unidas que tem como uma de suas funções liderar e articular os esforços internacionais para acabar com a fome. De acordo com a própria FAO, o objetivo da organização é alcançar a segurança alimentar de todos e garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos de alta qualidade suficientes para levar-se uma vida ativa e saudável.

“A Sedes tem realizado ações que compõem um conjunto integrado de intervenções e essas intervenções fortalecem a política de segurança alimentar e nutricional da capital”
Qual o tema deste ano do dia 16 de outubro?
Em 2021 o tema é “As nossas ações são o nosso futuro”. Esse tema tem por objetivo chamar a atenção para a escolha dos alimentos que consumimos e de que forma podem impactar na nossa saúde e no planeta. Procura-se assim provocar uma reflexão sobre o modelo de produção de alimentos, forma de distribuição e acesso pela população, aproveitamento total do alimento e desperdício.

Por que pensar nos sistemas de produção?
Porque é importante entender que o que consumimos é proveniente de um sistema e que pensar na transformação dos sistemas agroalimentares atuais é necessário para que eles sejam mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis. Assim, obteremos uma melhor produção, melhor nutrição, um melhor meio ambiente e uma melhor qualidade de vida. Esses quatro objetivos demonstram a interconexão entre as dimensões econômicas, social e ambiental dos sistemas agroalimentares. É preciso pensar no todo, sendo inclusive um princípio orientador da FAO para contribuir de forma direta sobre a erradicação da pobreza, da fome e sobre a redução das desigualdades.

Para Mayara Noronha, o Estado precisa se fazer presente para assegurar os direitos de famílias afetadas pela pandemia do covid-19 | Foto: Divulgação/Sedes

Por que o tema de alimentação está tão evidente nesses dois últimos anos?
A situação de insegurança alimentar no Brasil vem sendo avaliada por pesquisas, como a PNAD e a Pesquisa de Orçamento Familiar. Os dados de 2017-2018, identificados na Pesquisa de Orçamento Familiar, por exemplo, estimaram que 63,3% dos domicílios brasileiros estavam em situação de segurança alimentar, enquanto 36,7% dos domicílios restantes estavam com algum grau de insegurança alimentar. Realidade que não difere no Distrito Federal.

Quando assumi a Sedes, em abril de 2020, tínhamos 8 mil pessoas recebendo a cesta básica in natura. Hoje, são 38 mil famílias recebendo o benefício do Prato Cheio, e vamos chegar até o fim do ano com 40 mil beneficiários. Um aumento considerável, chegando a quase 400%. Além de 70 mil beneficiários do Cartão Gás. Sem contar as mais de 22 mil refeições servidas nos 14 restaurantes comunitários, o que mostra que a população tem buscado essa alternativa para completar a alimentação da família. Então, é fato que essa pandemia da covid-19 agravou a vulnerabilidade dessas famílias, e o Estado precisa se fazer presente para assegurar o direitos delas.

O que GDF tem feito para atender essa população que mais necessita da proteção do Estado?
A Sedes tem realizado ações que compõem um conjunto integrado de intervenções e essas intervenções fortalecem a política de segurança alimentar e nutricional da capital. Entre essas ações temos o provimento alimentar direto às pessoas atendidas as unidades socioassistenciais, por meio da entrega do Cartão Prato Cheio, no valor de R$ 250, destinado à compra de alimentos, ou a entrega da cesta básica para aqueles que não se enquadram no programa.

“É importante ressaltar que outras secretarias possuem ações que promovem a segurança alimentar e nutricional no Distrito Federal”
Há também o fomento à agricultura familiar por meio da compra institucional de frutas, verduras e legumes produzidos pelos pequenos agricultores da região do DF; oferta de café da manhã, por R$ 0,50, e almoço à população no valor de R$ 1 nos restaurantes comunitários, sendo gratuito para a população em situação de rua. Além dessas ações, a Sedes atende ainda com refeições as unidades de acolhimento socioassistenciais; incentiva as hortas comunitárias, como as implementadas em São Sebastião e Ceilândia, e as atividades de educação alimentar e nutricional.

É importante ressaltar que outras secretarias possuem ações que promovem a segurança alimentar e nutricional no DF. É o caso da Secretaria de Educação, com a alimentação escolar, onde é ofertado alimentos saudáveis e também provenientes da agricultura familiar para os alunos da rede de ensino do DF; da Secretaria de Saúde, com ações de promoção à alimentação e ambientes saudáveis de modo a orientar a população quanto a importância da alimentação e práticas saudáveis, e a Secretaria de Agricultura, que vem dando suporte aos produtores rurais e a capacitação técnica, juntamente com a Emater-DF. Enfim, essa intersetorialidade e a participação ativa da sociedade são fundamentais para implementar políticas públicas que se concretiza em ações de forma eficaz.

*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF

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