No Brasil, a fila para a terceira dose começa a andar com a vacinação de idosos e imunossuprimidos; como ficam as coisas para quem tomou a vacina da Janssen, imunizante de dose única?
A dose de reforço é a mais nova etapa para a proteção contra o coronavírus. Tudo indica que, assim como o vírus da gripe, será necessário tomar uma dose extra da vacina com uma certa regularidade para manter a proteção da população alta e a circulação do vírus baixa.
Atualmente no Brasil, aqueles com baixa imunidade ou idosos com mais de 70 anos já são elegíveis para a terceira dose. Como contam com um sistema imunológico mais fraco, a proteção da vacina diminui com o passar dos meses.
Uma hora ou outra, a fila irá andar e passará a incluir todos. Até aqueles que tomaram a dose única da Johnson&Johnson terão que se vacinar novamente — inclusive, por sua disponibilidade no país, o Ministério da Saúde já autorizou o uso do imunizante como dose de reforço, junto com a Pfizer e a AstraZeneca.
Apesar da empresa por trás da vacina J&J enfatizar a durabilidade de seu imunizante como uma ferramenta para aliviar a pandemia global, foi pressionada pelo governo de Joe Biden para produzir evidências sobre a eficácia de uma dose adicional.
A empresa agora “gerou evidências de que uma dose de reforço aumenta ainda mais a proteção contra a covid-19”, de acordo com o Dr. Paul Stoffels, diretor científico da J&J, em comunicado.
As agências de saúde norte-americanas, como a FDA e o CDC, ainda precisam avaliar as informações dadas pela empresa, mas aqui está o que sabemos até agora:
Preciso da dose de reforço se tomei a vacina da Janssen?
Sim. Apesar de que a primeira dose tenha eficácia de aproximadamente 70% contra casos graves de covid, pesquisas científicas até agora indicam que a proteção dos anticorpos cai entre seis meses e um ano. Além disso, com altas taxas de vacinação, o coronavírus pode eventualmente se tornar tão inofensivo e comum quanto a gripe.
Qual a eficácia da dose extra da J&J?
Os dados que temos atualmente ainda são preliminares e baseados exclusivamente no comunicado de imprensa da J&J. O estudo teve 30.000 participantes acima de 18 anos que tomaram a segunda dose 56 dias após a primeira.
A J&J afirma que a eficácia para casos moderados e graves aumentou para 94% após a dose extra.
Um reforço administrado dois meses após a primeira dose aumentou os níveis de anticorpos de quatro a seis vezes. Quando administrado seis meses após a primeira dose, os níveis de anticorpos aumentaram doze vezes, sugerindo uma grande melhora na proteção com o intervalo mais longo entre as doses.
A dose extra é tão segura quanto a outra?
Sim. A vacina J&J continua a ter o mesmo perfil de segurança de antes e também os mesmos efeitos colaterais raros. No estudo realizado pela empresa, a segunda dose não resultou em mais respostas negativas do que a primeira.
Quanto tempo devo esperar para receber minha dose de reforço?
Por enquanto, no Brasil, a campanha de vacinação para a dose de reforço tem como público-alvo:
- Idosos com mais de 70 anos que completaram o esquema vacinal há mais de seis meses e
- Imunossuprimidos (pessoas com baixa imunidade) que tomaram a segunda dose há ao menos 28 dias.
Se tomei a vacina da Johnson, preciso tomar a segunda dose deles?
Não, as pesquisas indicam que não há problema em misturar os imunizantes.
Para a dose de reforço, o Ministério da Saúde recomendou o uso das vacinas de Pfizer, AstraZeneca e Janssen. Os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo também incluíram a Coronavac como uma opção para a dose extra.