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Biden visita Tulsa em homenagem aos 100 anos de massacre racial

Entre os dias 31 de maio e 1º de junho de 1921, um grupo de saqueadores brancos destruiu o bairro de Greenwood, em Tulsa

(The Washington Post / Colaborador/Getty Images)

O presidente americano Joe Biden deve visitar a cidade de Tulsa, no estado de Oklahoma, no meio-oeste americano, nesta semana. O motivo da viagem: lembrar o 100º aniversário do chamado “Massacre Racial de Tulsa”, um dos conflitos mais graves na história americana.

Até 1921, Tulsa era conhecida como a “Black Wall Street” dos Estados Unidos em função da afluência da comunidade negra local, concentrada no bairro de Greenwood, ao norte da cidade, que na época vivia um “boom” econômico em função da descoberta de reservas de petróleo nas redondezas.

Entre os dias 31 de maio e 1º de junho de 1921, um grupo de saqueadores brancos invadiu o bairro. Mais de 1.000 residências e comércios de propriedades de negros foram saqueados e, em muitos casos, incendiados. O saldo de mortos na violência entre varia entre 300 e 800 pessoas — a grande maioria deles de negros. O resultado da violência é que 10.000 moradores do bairro ficaram desabrigadas. A maior parte dos sobreviventes fugiu da cidade.

Entre os estopins do massacre está a tensão racial presente na cidade na época, impulsionada pela presença da Ku Klux Klan (KKK), milícia dedicada aos ideais de supremacia branca, e pelo sucesso do filme O Nascimento de uma Nação, de 1915, que exalta os valores da KKK.

A visita de Biden marca mais um passo do presidente democrata na agenda de combate às desigualdades raciais nos Estados Unidos.

Na esteira da comoção causada pela morte de George Floyd, negro assassinado brutalmente pela polícia de Minneapolis, no estado do Minessota, em 25 de maio de 2020, Biden vem pressionando o Congresso americano pelo progresso na reforma da polícia, que está emperrada no Senado.

Embora não tenha avançado nos prazos esperados por Biden, a congressista Karen Bass, coautora do projeto de lei de reforma George Floyd Justice in Policing Act, reiterou sua disposição de chegar a um acordo entre democratas e republicanos.

“Este projeto de lei chegará à mesa do presidente Biden” para promulgação, disse Bass na reunião com os Floyd. “Trabalharemos até que a tarefa seja concluída, será feito em consenso” com os republicanos, acrescentou.

Lentidão

Mas, por enquanto, o executivo dos EUA busca destacar a empatia do presidente em vez da agenda legislativa, onde as coisas estão mais lentas.

A reforma visa modificar a atuação das polícias, que segundo as críticas estão cada vez mais violentas em todo o país.

Biden diz que uma cultura subjacente de impunidade e racismo tornou tragédias como a morte de Floyd cada vez mais comuns, embora os opositores da reforma acreditem que a polícia, que geralmente opera em comunidades fortemente armadas, é um bode expiatório.

O texto da reforma, adotado pela Câmara dos Representantes, prevê particularmente a proibição do estrangulamento e tem como objetivo limitar a ampla imunidade (“imunidade qualificada”) da qual os policiais desfrutam.

A medida de maior alcance seria acabar com a proteção legal vigente que bloqueia as ações civís contra policiais acusados de má conduta.

Embora nada seja fácil em um Congresso fortemente dividido, Bass, o senador democrata Cory Booker e o senador republicano Tim Scott emitiram uma declaração conjunta na segunda-feira citando “progresso em direção a um acordo”.

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