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Brasil tem doses para vacinar 25% da população prioritária no 1º trimestre

Outros lotes e fabricantes que poderiam se somar a esse total tiveram suas remessas adiadas ou ainda seguem em negociação

Vacinação: a principal e mais certa aposta do PNI, neste momento, é a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

O Brasil deve encerrar o primeiro trimestre de 2021 com 41,2 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus garantidas, o suficiente para imunizar pouco mais de um quarto (26,7%) da população considerada prioritária no país. Outros lotes e fabricantes que poderiam se somar a esse total tiveram suas remessas adiadas ou ainda seguem em negociação, sem previsão de data para entrega ou quantidade exata de fornecimento.

De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, os 27 grupos prioritários somam aproximadamente 77,2 milhões de brasileiros. Considerando que cada vacinação requer duas doses por pessoa, o contingente garantido até o final de março seria o suficiente para imunizar 20,6 milhões de pessoas, considerando também as 10,7 milhões de doses já entregues em janeiro.

A principal e mais certa aposta do PNI, neste momento, é a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Em contrato firmado com o governo federal, o laboratório brasileiro se comprometeu a entregar 27,3 milhões de doses da vacina até o final de março.

A entrega de 9,3 milhões da Coronavac prevista para este mês será possibilitada com a importação de 11.000 litros de insumos que chegam da China em dois lotes, nos dias 3 e 10, e equivalem a 17,3 milhões de doses da vacina. O excedente dessa produção será utilizado para a remessa de março.

O contrato entre o Butantan e o governo federal estipula um total de 46 milhões de doses da Coronavac a ser entregues até 30 de abril. Entretanto, o Ministério da Saúde anunciou na sexta-feira, 29, uma compra extra de 54 milhões de doses, totalizando 100 milhões. Na quarta-feira, 4, Dimas Covas, diretor do Instituto, afirmou que essa aquisição adicional será distribuída entre abril e setembro, quando terminar o lote estipulado no primeiro contrato.

Além da Coronavac, outro lote de vacinas previsto para chegar ao Brasil até o final de março é o da aliança Covax, oferecido pela Organização Mundial da Saúde, através de um consórcio com mais de 150 países. A previsão oficial é de que 1,6 milhão de doses do imunizante produzida pela Universidade de Oxford/Astrazeneca seja entregue ao país até o final do trimestre, com distribuição prevista para iniciar ainda no final deste mês.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável por produzir o imunizante da Universidade de Oxford/AstraZeneca no Brasil, também deve começar a entrega de vacinas ao governo federal neste trimestre. O contrato com a AstraZeneca prevê o envio de 14 lotes, cada um com insumos suficientes para a produção de 7,5 milhões de doses por entrega. A primeira remessa chega ao país no próximo dia 8 e, de acordo com a própria Fiocruz, será distribuída a partir de março.

Neste momento, a Fiocruz negocia também com o Instituto Serum, da Índia, a compra de um lote adicional com vacinas prontas. O acordo, entretanto, ainda não foi fechado e a estimativa inicial de que seriam adquiridas 10 milhões de doses foi retificada pela própria Fiocruz, que ainda não tem previsão de data para quando esses imunizantes chegam ao país.

Apesar de ainda ter seu futuro incerto, é possível que a Sputnik V também entre nessa balança com outras 10 milhões de doses, quantidade que a União Química diz ser capaz de produzir no Brasil até o final de março. Ainda sem liberação de uso no país, a vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, na Rússia, deve se beneficiar da decisão recente da Anvisa, que dispensa testes da fase 3 no país. Ainda assim, a agência requer um prazo de 30 dias para avaliar o pedido emergencial nessas condições.

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