Aprovação da autonomia do Banco Central no Senado anima investidores locais
Com os votos das eleições americanas ainda sendo contabilizados nos Estados Unidos, o mercado brasileiro abriu com o dólar em queda e o Ibovespa em alta nesta quarta-feira, 4. Os movimentos acompanham o bom humor externo, embora o resultado ainda esteja indefinido. Pela madrugada, os principais índices de ações experimentaram forte volatilidade, mas começam a se firmar no positivo. Às 10h06, o Ibovespa subia 0,41% para 96.337 pontos. O dólar caía 0,94% e era vendido a 5,708 reais.
Entre os principais destaques internacionais está o índice futuro de Nasdaq, que chegou a subir 4% de madrugada, com expectativa de que o presidente Donald Trump conseguisse ser eleito. “Tanto que quando o Joe Biden virou em Wisconsin, o Nasdaq futuro, que estava com mais de 2,5% de alta, caiu para 1,9% de alta. O mercado ainda acredita que vai dar Trump”, afirma Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset. “O Biden já havia alertado sobre aumento de impostos sobre as grandes empresas de tecnologia”, recorda.
Segundo Spyer, o tom positivo nos mercados se deve à esperança dos investidores sobre uma vitória de Donald Trump. A preocupação maior, segundo ele, é se Biden vencer, dado que Trump, ainda de madrugada, cantou vitória e disse que levaria o pleito à Suprema Corte, onde pode pedir a recontagem de votos, atrasando ainda mais o processo eleitoral.
“O clima de ‘já ganhou’ é normal. O mercado está mais preocupado se vai demorar muito para sair o resultado, com a recorrência à Suprema Corte para a recontagem de votos. Isso deve trazer mais estresse para os investidores”, diz Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital modalmais.
Embora as bolsas estejam em alta, no mercado de câmbio, o dólar sobe contra seus pares desenvolvidos, mas passou a perder força contra moedas emergentes após a abertura do pregão no Brasil. O peso mexicano, por exemplo, que se desvalorizava mais de 2%, chegou a zerar as perdas.
“Isso vai impedir que o presidente da República derrube os juros na marra, como foi feito anteriormente e ocasionou alta da inflação”, diz Spyer. Segundo ele, a medida também deve ser favorável à atração de investimentos. “Muitos fundos não investem em países que o presidente manda na política monetária.”