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China quer desenvolver novas tecnologias para diminuir dependência externa

A guerra comercial com os EUA tem dificultado às empresas chinesas a obtenção de componentes e tecnologias de fabricação de chips no exterior

Transmissão de fala do presidente Xi Jinping: plano para impulsionar crescimento nos próximos anos (Roy Liu/Bloomberg)

Em meio aos planos do Partido Comunista para maior autossuficiência econômica, a China disse que precisa desenvolver sua própria tecnologia essencial, porque não pode depender de outros lugares para comprá-la.

Ao detalhar seu novo plano econômico quinquenal, que eleva a autossuficiência em tecnologia e inovação, autoridades do partido disseram na sexta-feira, 30, que o país vai acelerar o desenvolvimento do tipo de tecnologia necessária para estimular o próximo estágio de desenvolvimento econômico. A chave para isso são medidas ousadas para reduzir a dependência do know-how estrangeiro, embora isso não signifique que a China se isolará do mundo.

“Para alcançar o avanço tecnológico, a China precisa cada vez mais do mundo, e o mundo precisa cada vez mais da China”, disse Wang Zhigang, ministro da Ciência e Tecnologia, em conferência de imprensa em Pequim na sexta-feira. O país planeja “melhorar nossa capacidade de fazer inovações de forma independente e de fazer bem as nossas coisas, porque não podemos pedir ou comprar tecnologias essenciais de outros lugares”.

Ao mesmo tempo, “esperamos aprender com a experiência internacional avançada e compartilharemos mais resultados tecnológicos chineses com o mundo”, disse.

A iniciativa de Pequim para a autossuficiência tecnológica ganha urgência à medida que os Estados Unidos buscam frear a ascensão de seu rival geopolítico. Os EUA pressionaram aliados para evitar equipamentos da Huawei Technologies, impediram dezenas das maiores empresas de tecnologia da China de comprar componentes americanos e até impuseram proibições ao TikTok da ByteDance e ao WeChat da Tencent.

No entanto, as autoridades minimizaram perspectivas de uma dissociação entre as duas maiores economias do mundo e disseram que a porta da China permanecerá aberta para a concorrência estrangeira.

“A dissociação completa não é realista. E não é bom para a China, para os Estados Unidos, para o mundo inteiro”, disse na conferência Han Wenxiu, do Comitê Central do Partido Comunista. “A verdade é que poucos realmente gostariam de ver os dois países se separarem. A maioria gostaria que nossos países cooperassem e trabalhassem juntos.”

Wang, o ministro de tecnologia, disse que foi uma escolha estratégica elevar o papel da inovação e fazer da autossuficiência tecnológica um pilar estratégico do desenvolvimento nacional no plano. Han declarou separadamente que existem “três prioridades de suma importância: reforma, abertura e inovação”.

Segmentos estratégicos incluem autossuficiência em chips, blocos de construção para inovações de inteligência artificial, redes de quinta geração e veículos autônomos.

A China importa mais de US$ 300 bilhões em circuitos integrados a cada ano e seus desenvolvedores de semicondutores contam com patentes e ferramentas de design de chips produzidas nos Estados Unidos, bem como com tecnologias de fabricação essenciais de aliados norte-americanos.

A deterioração dos laços entre os governos de Pequim e Washington tornou cada vez mais difícil a obtenção por empresas chinesas de componentes e tecnologias de fabricação de chips no exterior.

 

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